Presidente norte-americano focou-se em apagar legado de Trump e acelerou controlo da pandemia. Políticas sociais e de imigração foram principais objetivos.
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Muitos foram os que duvidaram das promessas ambiciosas que Joe Biden, 46.º presidente norte-americano que na quinta-feira cumpre cem dias de mandato na Casa Branca, fez durante a sua campanha eleitoral. Principalmente quando a base da promessa era desfazer o trabalho do seu antecessor, Donald Trump, e trabalhar ativamente para mudar políticas de imigração, económicas e a gestão da pandemia. Mas a verdade é que Biden vai celebrar o centenário com mais de 40% das promessas cumpridas e com 52% de taxa de aprovação presidencial, principalmente por causa da forma como geriu a pandemia.
Desde o primeiro dia de gabinete que o democrata começou a trabalhar para pôr em prática tudo o que havia anunciado ao povo norte-americano. Principalmente no que dizia respeito à gestão da pandemia de covid-19 que deixou a economia norte-americana em queda livre e a registar os piores resultados desde a Grande Depressão dos anos 1930. E cem dias foram o suficiente para mudar os Estados Unidos de rota.
"Devemos deixar a política de lado e finalmente enfrentar esta pandemia como uma nação. Uma nação", dizia Biden no discurso de tomada de posse. E assim foi. Com mais de 570 mil mortes, o democrata conseguiu mudar o cenário do país que mais casos do novo coronavírus registou. Administraram-se 200 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 e 27% da população está completamente inoculada. Conseguiu fazer passar no Congresso um pacote de ajuda financeira de quase dois mil milhões de euros para combater a crise decorrente da crise sanitária.
"Vontade do Povo escutada"
Mas as promessas cumpridas continuaram a acumular-se. "Quero mudar o paradigma", insistia Biden, em março, durante a primeira conferência de Imprensa como presidente dos EUA. E parece ter encontrado o caminho certo.
Das 61 garantias dadas pelo democrata, que incluem medidas para o clima, economia, saúde, imigração, desigualdade e controlo de armas, já estão cumpridas 25, escreve a agência Associated Press.
Com cinco das sete medidas prometidas para o ambiente, quatro de cinco medidas para economia e três de quatro medidas de governação completas, estes foram os departamentos onde foram feitas mais alterações. "A vontade do povo foi escutada e foi atendida", exclamava o democrata em janeiro. Agora, mais de metade da população aprova a sua governação.
O plano mais ambicioso estava desenhado para as políticas de imigração, no qual estão previstas 17 alterações, e apesar de todas as críticas, Biden não hesitou em avançar. Isso valeu-lhe, no inquérito feito pelo jornal norte-americano "Washington Post" e pela ABC News, uma taxa de reprovação de 53%. As reformas de Biden levaram a um êxodo de imigrantes e de menores não acompanhados inimaginável e a uma luta com os republicanos pela aprovação de novas medidas. Foram postas em vigor apenas sete.
Biden fez também questão de apressar as alterações à política externa, tendo, pouco mais de duas semanas após a tomada de posse, anunciado o regresso dos Estados Unidos ao acordo climático de Paris e travado o afastamento da Organização Mundial de Saúde.
Menos sucesso teve nas mudanças às leis de controlo de armas. Fez quatro promessas e ainda não viu nenhuma aprovada. No campo do combate à desigualdade, apenas uma das 12 alterações previstas está completa. Dez delas estão parcialmente implementadas.