O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou, esta sexta-feira,que poderá encontrar-se com o líder chinês Xi Jinping em São Francisco, em novembro, numa altura em que Washington e Pequim tentam restabelecer os laços, mas acrescentou que ainda não há nada programado.
Corpo do artigo
Os líderes das potências rivais não se encontram pessoalmente nem falam há quase um ano e as tensões aumentaram à medida que a China cada vez mais assertiva e os Estados Unidos disputam a influência global.
"Não foi marcado nenhum encontro, mas é uma possibilidade", disse Biden aos jornalistas, depois de ter sido noticiado que se iriam encontrar durante a cimeira da Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC) em São Francisco.
Biden será o anfitrião da cimeira nos dias 16 e 17 de novembro e tem-se especulado que poderá ser o local de uma aproximação entre ambas as potências.
A Casa Branca começou a fazer planos para uma reunião antes da cimeira, numa tentativa de estabilizar as relações, noticiou o "The Washington Post", citando uma fonte que disse que "está bastante firme".
O ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, deverá visitar Washington antes da cimeira da APEC.
No entanto, Pequim não confirmou se Xi irá participar na cimeira ou reunir-se com o seu homólogo norte-americano. A Casa Branca também se recusou a entrar em pormenores sobre um possível encontro.
Biden "desapontado" com Xi
A última vez que Biden e Xi se encontraram foi em novembro de 2022, numa cimeira em Bali. As conversações foram surpreendentemente cordiais, mas as relações voltaram a congelar e, desde então, não houve sequer um telefonema.
Biden disse no mês passado que estava "desapontado" por Xi não estar presente na cimeira do G20 em Nova Deli. Acrescentou ainda que "vai conseguir vê-lo", embora não tenha dado mais pormenores.
As tensões entre os Estados Unidos e a China têm vindo a aumentar à medida que as duas maiores economias do mundo tentam obter influência diplomática, militar e económica.
As relações entre os dois países enfrentam uma longa lista de problemas, desde as disputas comerciais relativas ao futuro de Taiwan, até à presença chinesa no Mar do Sul da China.
Mas os Estados Unidos têm vindo a trabalhar no sentido de restabelecer uma relação de trabalho mais eficaz, enviando uma série de altos funcionários à China nos últimos meses, apesar dos contínuos atritos.
O conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, e Wang, da China, reuniram-se em Malta, na ilha mediterrânica, em meados de setembro, na última tentativa de aproximação.
O fórum da APEC será um teste fundamental para saber se os esforços estão a resultar, uma vez que a região da Ásia-Pacífico é um dos principais palcos onde Pequim e Washington se confrontam.
Biden também tem feito pressão para mostrar que grupos internacionais como o G20 e a APEC ainda podem resolver problemas como a economia e o clima - mesmo quando a China não está envolvida.