A líder da oposição bielorrussa no exílio, Svetlana Tikhanovskaya, anunciou, esta quarta-feira, que presos políticos foram libertados pela Bielorrússia, país aliado da Rússia, onde existe uma repressão impiedosa.
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"Hoje testemunhamos os primeiros casos de libertação de presos políticos na Bielorrússia", disse Tikhanovskaya, que está exilada na Polónia, numa mensagem na rede social X, sem especificar nomes ou números.
Segundo a ONG de direitos humanos Viasna, o país tem mais de 1400 pessoas encarceradas por se oporem ao regime do Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, que celebra este mês o seu 30.º mandato no poder do país.
Tikhanovskaya informou que mais de 200 presos políticos "estão em estado crítico de saúde" e "as suas vidas correm grande perigo" na prisão, acrescentando que "pelo menos seis deles já morreram atrás das grades".
O próprio marido da opositora, Serguei Tikhanovski, cumpre uma pena de mais de 18 anos de prisão, pelas suas duras críticas a Lukashenko, não havendo notícias dele há mais de um ano.
Na terça-feira, o presidente Lukashenko tinha dado indicações de que alguns opositores poderiam ser libertados em breve.
De acordo com a televisão estatal ATN, o líder bielorrusso assinou hoje uma lei de amnistia relativa a cerca de oito mil detidos, por ocasião do Dia da Independência, que também marca a libertação da Bielorrússia da ocupação pelos nazis durante a Segunda Guerra Mundial.
Muitos opositores, ativistas dos direitos humanos e jornalistas são alvos de repressão na Bielorrússia, um fenómeno que se acelerou após as eleições presidenciais de agosto de 2020.
Esta situação deu origem a manifestações em massa na Bielorrússia, reprimidas pela violência e pelas detenções.
Vários presos políticos proeminentes, como o fundador da Viasna e vencedor do Prémio Nobel da Paz, Ales Bialiatski, ou a figura da oposição Maria Kolesnikova, tiveram sérios problemas de saúde durante a detenção.