Com a bandeira nacional às costas, milhares de apoiantes do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram, este domingo, a sede do Congresso, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal, em Brasília.
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Os manifestantes - e agora invasores - pedem uma intervenção militar para derrubar o novo líder, Lula da Silva, que tomou posse como chefe de Estado há precisamente uma semana.
A invasão começou depois dos apoiantes radicais, que arremessaram a polícia com paus e pedras, terem convocado um protesto para a Esplanada dos Ministérios, na capital do Brasil. Apesar de a polícia federal ter colocado barreiras de proteção, os bolsonaristas avançaram e furaram o cerco, conseguindo entrar nos principais edifícios do Estado. Rapidamente, imagens dos invasores começaram a disseminar-se nas redes socais, nas quais se pode ver um cenário de destruição em algumas das principais salas das sedes que representam os três poderes: legislativo (Congresso), executivo (Planalto) e judicial (Supremo).
Bolsonaro supporters attacking federal buildings in Brasilia. National Congress and the Planalto Palace, the seat of executive power, both broken into. Images of shattered windows and ransacked workspaces, all painfully reminiscent of Jan. 6. pic.twitter.com/esvFYE0HcC
- Alejandro Alvarez (@aletweetsnews) January 8, 2023
⚡ - Protesters enter the Senate chamber, National Congress pic.twitter.com/dTMPsE4vyC
- OnePaul (@OnePaul87) January 8, 2023
⚠️ #BREAKING | #BRAZIL
- Direto da América (@DiretoDaAmerica) January 8, 2023
THE MOMENT PROTESTERS BREACHED POLICE BARRICADES PUT AROUND THE NATIONAL CONGRESS AREA. pic.twitter.com/7k1xGWIbXN
Manifestantes rompem barreira e ocupam o Congresso Nacional. pic.twitter.com/ArejLUlD5L
- Conexão Política (@conexaopolitica) January 8, 2023
⚡️ - Man records video showing the inside and outside of the National Congress, now clashing with protesters and police pic.twitter.com/F6HGEVgg9j
- OnePaul (@OnePaul87) January 8, 2023
BREAKING: Bolsonaro supporters break into the National Congress in Brazil pic.twitter.com/EHyEbqf2FE
- BNO News (@BNONews) January 8, 2023
- Brazilian protesters on top of the National Congress pic.twitter.com/ghFeI2uGQK
- OnePaul (@OnePaul87) January 8, 2023
A polícia brasileira usou gás lacrimogéneo para tentar repelir os manifestantes, que estavam concentrados no exterior do edifício, mas sem sucesso.
A zona em torno do Congresso estava isolada pelas autoridades, mas os apoiantes de Bolsonaro, que se recusam a aceitar a eleição de Lula da Silva, conseguiram romper os cordões de segurança e várias dezenas conseguiram subir a rampa deste edifício de arquitetura moderna para ocupar a cobertura.
Lula da Silva, que assumiu a Presidência de Brasil no passado dia 1, encontra-se este fim de semana na cidade de Araraquara, em São Paulo.
Antes da invasão do Congresso, Flávio Dino pronunciou-se nas redes sociais e disse que os opositores terão que esperar até 2026, quando serão realizadas as próximas eleições presidenciais, assim como o atual governo esperou entre 2018 e 2022, período do mandato presidencial de Jair Bolsonaro.
Em comunicado, o ministro da Justiça disse que o seu ministério convocou uma reunião de emergência com os órgãos de segurança para tratar das manifestações.
Reações
Sergio Moro, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro e juiz da operação Lava Jato, condenou os protestos pouco tempo depois de terem começado e pediu aos manifestantes que se retirassem. "Protestos têm que ser pacíficos. Invasões de prédios públicos e depredação não são resposta", escreveu no Twitter.
Protestos têm que ser pacíficos. Invasões de prédios públicos e depredação não são respostas. A oposição precisa ser feita de maneira democrática, respeitando a lei e as instituições. Os invasores precisam se retirar dos prédios públicos antes que a situação se agrave.
- Sergio Moro (@SF_Moro) January 8, 2023
Já Guilherme Boulos, deputado de esquerda, acusou a Polícia Militar de ter permitido a invasão. "Os golpistas, com ou sem farda, têm que ser responsabilizados e presos", partilhou nas redes sociais.