Bruxelas acusa comunidade internacional de falhar com refugiados por "indecisão"

"A comunidade internacional falhou incrivelmente para com os Sírios por, no limite, se manter indecisa no Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre o que fazer", afirmou o comissário, tendo reconhecido que a União Europeia também tem a sua parte de "responsabilidade" no problema.

"O povo sírio é vítima de uma guerra feita por outros, com diferentes interesses à escala internacional. E, sim, a União europeia tem uma parcela de responsabilidade nessa situação, mas certamente não está sozinha nessa situação", afirmou.

Frans Timmermans defendeu que a solidariedade desencadeada entre os europeus deve ser acompanhada de respostas legais à altura da vaga de refugiados que se dirigem para a Europa, considerando que nada pode falhar neste processo, que passa também pela registo de dados biométricos como as "impressões digitais".

"É uma mais-valia que as impressões digitais sejam recolhidas assim que as pessoas chegam à União Europeia. Se isto for feito é muito mais fácil avaliar quem tem o direito de asilo ou não. De outro modo mistura-se tudo, os documentos são falsificados, inventam histórias e tudo se torna mais difícil", afirmou

O comissário e primeiro vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans, alerta para riscos que devem ser acautelados, mas diz-se consciente daquela que é a vontade dos europeus, de verem os refugiados "acomodadas na Europa".

"Precisamos de ter a certeza que as pessoas que são perseguidas e fogem às guerras são acomodadas na Europa. É isto que os europeus querem. Por outro lado, temos de ter a certeza que as pessoas que não tem direito de asilo são identificadas rapidamente e enviadas para de onde vieram", defendeu, numa conferência de imprensa na ilha grega de Kos, para onde se dirige um grande número de refugiados que procuram uma porta de entrada na Europa.