A Comissão Europeia tem diálogos em curso com diversos Estados-membros para encontrar uma solução para um desembarque rápido dos migrantes resgatados nos últimos dias por navios humanitários no Mediterrâneo.
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"A Comissão tem estado em contacto com vários Estados-membros para encontrar uma solução para um rápido desembarque das pessoas a bordo do 'Sea Watch 3' e da embarcação da organização Sea-Eye", declarou a porta-voz do executivo comunitário, sem, contudo, especificar quais os países em questão.
Mina Andreeva detalhou que o comissário europeu das Migrações e Assuntos Internos, Dimitris Avramopoulos, tem estado em contacto direto com Estados-membros, instando-os a "providenciar apoio e a contribuir para os esforços comuns para desembarcar em segurança e tão rápido quanto possível aqueles que estão a bordo" daquelas embarcações.
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"É necessária mais solidariedade de todos os Estados-membros e a situação demonstra uma vez mais, como temos reiterado, que soluções previsíveis e sustentadas para o desembarque e alocação dos migrantes no Mediterrâneo são urgentes", afirmou.
Nos últimos dias de dezembro, 49 migrantes foram resgatados no Mediterrâneo por navios de duas ONG alemãs e estão bloqueados no mar há 13 dias.
Um dos casos é o navio "Sea Watch 3", da ONG alemã com o mesmo nome, que resgatou no passado dia 22 de dezembro na rota do Mediterrâneo Central (da Líbia para Itália) um grupo de 32 migrantes.
O outro caso é o navio "Professor Albrecht Penck", da organização humanitária Sea-Eye, que resgatou outros 17 migrantes no passado dia 29 de dezembro.
A Holanda manifestou na quarta-feira disponibilidade para acolher alguns dos 32 migrantes que aguardam a bordo do "Sea-Watch 3", navio que tem pavilhão holandês e que navega desde dezembro no Mediterrâneo.
Haia tinha inicialmente recusado receber estes migrantes, tal como fizeram outros Estados-membros da União Europeia (UE) como Itália, Malta ou Espanha, segundo a agência noticiosa francesa France-Presse (AFP).
No sábado, a Alemanha também declarou que só aceitaria acolher estes migrantes se outros países europeus assumissem o mesmo compromisso.
Desde que Itália fechou oficialmente os seus portos aos navios humanitários em junho passado, a solução para estes casos tem sido avaliada "barco a barco" e tem passado pela distribuição dos migrantes por vários países.
