As caixas negras do voo AF 447 da Air France, que caiu no Atlântico em 2009 próximo da costa brasileira, chegaram ao aeroporto de Bourget, em França, esta quinta-feira, e serão analisadas por especialistas franceses.
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O voo AF 447 da Air France (Airbus A330), que fazia o trajecto Rio de Janeiro-Paris, desapareceu dos radares na noite de 31 de Maio de 2009 com 228 pessoas a bordo e apenas cerca de 50 corpos foram encontrados pouco depois do acidente.
Segundo a BBC Brasil, os investigadores franceses poderão saber até ao fim desta semana se os dados contidos no equipamento foram preservados e se poderão ser analisados.
A informação foi dada por Jean-Paul Troadec, director do Escritório de Investigações e Análises (BEA, na sigla em francês), que investiga as causas do acidente.
As duas caixas negras ficaram quase dois anos submersas no Atlântico a 3.900 metros de profundidade. O equipamento foi apresentado à imprensa ainda nos recipientes plásticos transparentes contendo água doce e que foram selados, com um carimbo de cera, por se tratarem de provas numa investigação judicial.
Dois dias para limpar e secar
Tidas como fundamentais para se desvendar as causas do acidente, as caixas negras serão abertas na sede do BEA, em Le Bourget, nos arredores de Paris, na presença de um oficial da polícia judiciária.
Segundo o BEA, o primeiro passo será limpar e secar o equipamento, o que deve levar dois dias, antes que se possa tentar extrair os dados contidos nos cartões de memória das caixas negras, o que pode ocorrer até ao fim desta semana.
Este processo pode levar quatro dias se os microchips internos, que contêm os parâmetros técnicos do voo e as conversas dos pilotos ou qualquer outro som emitido no cockpit, não sofreram corrosão ou outro tipo de dano.
Todo o processo de abertura e transcrição das caixas negras será filmado.
O BEA prevê divulgar um novo relatório, o último, sobre o acidente com o voo AF 447 no final deste ano ou no início de 2012.