As festas e encontros que permitiam às associações portuguesas em França manter as suas contas equilibradas durante o resto do ano foram anuladas devido à covid-19 e os seus dirigentes pedem agora mais apoios às autoridades portuguesas.
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Cipriano Rodrigues, presidente da Associação Portuguesa Cultural e Social (APCS) de Pontault-Combault, reconhece: "A nível financeiro, é um buraco enorme. Esta festa, como é muito grande e junta cerca de 30 mil pessoas, ajuda-nos para que possamos tapar certos buracos durante o ano de outras atividades que não são rentáveis". A festa organizada pela APCS em Pontault-Combault, região parisiense, ia celebrar este sábado, dia 30 de maio, a 45.ª edição, tendo-se tornado numa das datas incontornáveis da comunidade portuguesa em França, reunindo não só portugueses, mas pessoas vindas de outros países lusófonos e muitos franceses, curiosos para descobrir a cultura nacional.
Agora, com a proibição de aglomerações com mais de 10 pessoas em França devido à covid-19 - que já causou no país mais de 28 mil mortos e mais de 182 mil casos - a associação teve de devolver dinheiro aos parceiros da festa e negociar os sinais já avançados aos artistas, o que coloca esta estrutura em perigo. "Temos um fundo de maneio que nos serve de garantia para tudo o que fazemos. Mas como já tínhamos gasto uma parte na organização da festa deste ano, vamos ficar com este fundo praticamente a zero. Vamos ter de ter muita atenção para que a associação não vá à falência", garante Cipriano Rodrigues.
A associação dá aulas de português a 180 alunos e faz trabalho de apoio social na região, tendo conseguido nos últimos anos os apoios institucionais da Direção Geral dos Assuntos Consulares e das Comunidades Portuguesas (DGACP) para as associações portuguesas no estrangeiro. Este ano, a APCS foi mesmo a associação mais subsidiada a nível mundial. Do custo total da festa, que ronda 160 mil euros, 36.750 euros seriam subsidiados pelas autoridades portuguesas. Outras atividades como o programa de apoio social também são apoiados por Portugal. "De há dois anos para cá, temos conseguido aceder a subvenções maiores. A subvenção para a festa, em princípio, não nos vão dar. Mas pode haver a possibilidade de um apoio caso estejamos com muitas dificuldades", indica Cipriano Rodrigues, que já contactou as autoridades portuguesas e a autarquia de Pontault-Combault para aceder a possíveis ajudas.
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