Raila Odinga, primeiro-ministro cessante e candidato derrotado nas presidenciais no Quénia, anunciou este sábado que vai contestar judicialmente os resultados que deram a vitória a Uhuru Kenyatta, mas apelou aos seus apoiantes para que mantenham a calma.
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Odinga, cuja derrota em 2007 deu origem a confrontos interétnicos que se saldaram em mais de mil mortos, denunciou "irregularidades maciças" nas presidenciais de 4 de março, mas advertiu que "qualquer violência, nesta altura, podia destruir o país para sempre".
A Comissão Eleitoral Independente declarou hoje oficialmente vencedor das presidenciais Uhuru Kenyatta, filho do primeiro presidente do Quénia independente e um dos homens mais ricos de África, que foi acusado pelo Tribunal Penal Internacional de crimes contra a humanidade relacionados com a violência que se seguiu às eleições de 2007.
Kenyatta obteve 50,07% dos votos, segundo a Comissão, ultrapassando em cerca de 8400 votos o limiar dos 50% necessários à eleição à primeira volta e derrotando Odinga com uma vantagem de mais de 800 mil votos.
"O Supremo Tribunal determinará se o resultado anunciado pela Comissão é válido", disse Odinga, acrescentando que tem "fé no sistema judicial e (que) o veredicto será respeitado".