A Cidade Universitária Internacional de Paris registou cinco dezenas de casos de covid-19 durante o confinamento, mas nenhum na Casa de Portugal, que tem dado apoio médico, financeiro, alimentar e psicológico aos estudantes que passaram 55 dias fechados no campus.
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Dos cerca de 7.000 residentes na Casa de Portugal na capital francesa, dedicada ao acolhimento de alunos internacionais ou de outras regiões de França que vêm a ali fazer os seus estudos superiores, cerca de 4.500 passaram o período de confinamento nas 40 casas espalhadas pelo parque de 34 hectares.
"Tivemos durante o primeiro mês de confinamento 49 casos na Cidade Universitária Internacional de Paris que não foram confirmados. Só quatro foram confirmados porque há uma grande dificuldade de acesso a testes em França. Não tivemos nenhum foco de infeção e há cerca de mês e meio que não temos nenhum caso", afirmou Ana Paixão, diretora da Casa de Portugal na Cidade Universitária Internacional de Paris. Nenhum dos casos levou a hospitalização e as pessoas estão agora recuperadas.
Na Casa de Portugal, nenhum caso foi registado. Esta contenção da pandemia num local onde a partilha é a palavra de ordem, ficou a dever-se à organização muito antes até dos anúncios oficiais das autoridades francesas, com a criação de um gabinete de gestão de crise para o campus logo em janeiro. "Temos muitos residentes chineses no campus, são a segunda nacionalidade, e desde dezembro que nos começámos a aperceber que a pandemia podia acontecer. Criámos um gabinete de crise em janeiro e encomendámos máscaras e todo o tipo de equipamento possível", lembrou Ana Paixão, que também integra a célula de emergência.
Assim, a 17 de março, data oficial do início do confinamento em França, a Cidade Universitária já era "um cofre forte", com entradas e saídas controladas, organização interna nas casas para evitar aglomerações e parcerias com hospitais próximos para apoio aos residentes. E também uma solidariedade sem precedentes. "Foi um grande movimento de solidariedade entre todos, de partilha e preocupação", lembrou Ana Paixão, referindo que houve logo voluntários para ajudar no controlo das cozinhas partilhadas e no apoio aos colegas.
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