A polícia italiana deteve o empresário Giampaolo Tarantini e a sua esposa, Angela Devenuto, por exigirem dinheiro a Silvio Berlusconi a troco do seu silêncio. Em causa estão as festas privadas do governante, onde alegadamente participavam prostitutas.
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Alegadamente, o casal exigia ao primeiro-ministro italiano dinheiro em troca do seu silêncio. Ou seja, Giampaolo Tarantini garantia dizer perante a justiça que Berlusconi desconhecia que as jovens eram prostitutas, revela o jornal "El Pais".
O escândalo das festas de Silvio Berlusconi com prostitutas foi tornado público quando, em Junho de 2009, o diário "La Repubblica" informou que a Promotoria de Bari investigava essas reuniões privadas por um suposto envolvimento de prostitutas. Giampaolo Tarantini entra na história como o suposto homem que recrutava as jovens para as festas nas residências de Roma e Sardenha.
"Encontraram-se indícios sérios e contundentes de pagamentos repetidos ao casal Tarantini de somas efectivas e de outros benefícios de natureza financeira por parte de Silvio Berlusconi", informou o gabinete do procurador de Nápoles, em comunicado.
Os pagamentos realizaram-se "às escondidas ou mediante meios pouco transparentes" e implicaram a intervenção de outro homem, Valter Lavitola, editor do diário "L'Avanti!". Os promotores afirmam que Tarantini e Lavitola actuaram juntos na extorsão do dinheiro a Berlusconi.
A investigação sobre este caso de chantagem foi revelada no dia 24 de Agosto através do semanário "Panorama", e até agora ainda não tinha sido confirmada oficialmente. O semanário é propriedade do grupo Mandadori, pertencente a Berlusconi. Segundo a publicação, os promotores baseavam-se num suposto pagamento de 500 mil euros a Tarantini e outras quantias mensais descobertas pelas autoridades.
As quantias serviriam para que Tarantini mantivesse a versão de que o primiro-ministro italiano não sabia que algumas das jovens que frequentavam as festas eram prostitutas, como sempre alegou Berlusconi. O "Panorama" referia ainda algumas declarações do governante em que negava a extorsão e assegurava que "só ajudava uma pessoa e uma família com filhos que se encontrava em dificuldades económicas".