O chefe da polícia regional da Catalunha garantiu que os seus homens irão cumprir as ordens da Procuradoria-geral para impedir o referendo ilegal de domingo, mas advertiu para os riscos de alterações da ordem pública.
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Josep Lluis Trapero explicou numa reunião com o procurador-geral da Catalunha e os chefes da Polícia Nacional e da Guardia Civil, que a polícia catalã (Mossos d'Esquadra) pretende dar o "melhor e mais adequado" cumprimento às instruções do Ministério Público, segundo fontes citadas pela agência espanhola Efe.
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Mas este responsável também sublinhou que o cumprimento das instruções "não exclui a responsabilidade profissional de contemplar que a sua aplicação pode acarretar consequências não desejadas" e por isso poderão ter de se ajustar aos princípios de "oportunidade, proporcionalidade e congruência" para responder ao "previsível risco de alterações da ordem pública".
A procuradoria-geral da Catalunha deu na terça-feira instruções aos Mossos d'Esquadra para utilizarem um "amplo dispositivo" policial para selar as assembleias de voto e impedir que se vote em 1 de outubro, incluindo num raio de 100 metros desses locais.
Conselho de Segurança da Catalunha convocado para discutir na quinta-feira a coordenação do dispositivo policial
Esta quarta-feira, o presidente da Generalitat (Governo regional catalão), Carles Puigdemont, convocou o Conselho de Segurança da Catalunha para discutir na quinta-feira a coordenação do dispositivo policial implementado pela Procuradoria-geral da Catalunha para impedir o referendo de domingo, 01 de outubro.
A Generalitat discorda da decisão da Procuradoria-geral da Catalunha de nomear um oficial da Guardia Civil para coordenar todas as forças da região com o objetivo de impedir o referendo considerado ilegal pelas instituições espanholas.
O Tribunal Constitucional espanhol suspendeu, como medida cautelar, todas as leis regionais aprovadas pelo parlamento e pelo governo da Catalunha que davam cobertura legal ao referendo de autodeterminação.
Apesar das decisões dos tribunais e da pressão de Madrid, Carles Puigdemont mantém que o referendo de autodeterminação se irá realizar.