Há 100 anos nasceu uma das maiores obras mundiais na área dos transportes. O Grande Expresso Transiberiano, que une a Europa à Ásia, tem também algumas caraterísticas únicas.
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No final do século XIX, o czar russo Nicolau II enfrentava um grande desafio: unir os longínquos pontos do Império, as principais capitais do Leste europeu com as fronteiras orientais da Ásia. Com este objetivo, nascia a ideia do Expresso Transiberiano, a mais longa ferrovia do Mundo, cuja rota continua, hoje em dia, a receber carga e passageiros.
Noventa mil trabalhadores na construção
Além dos trabalhadores normais, as obras também foram asseguradas também por soldados recrutados para o efeito e por reclusos forçados a participar nos trabalhos. A um ritmo de 600 quilómetros por ano, este autêntico exército teve de furar montanhas, contornar florestas e sobreviver ao frio clima das estepes.
As obras demoraram um total de 26 anos
A linha principal foi inaugurada após 13 anos de duros trabalhos. Porém, várias modificações posteriores fizeram com que as obras demorassem, no total, perto de 26 anos. Além disso, a Transiberiana foi completada com outras duas ferrovias: a Trans-Manchuriana e a Trans-Mongoliana. A primeira percorre a região chinesa da Manchúria. A segunda une a cidade russa de Ulán-Udé com a chinesa de Jining, atravessando a Mongólia.
Rota com uma extensão de 9259 quilómetros
A ferrovia Transiberiana liga a Rússia europeia com as províncias do Extremo-Oriente russo, Mongólia, China e o Mar do Leste/Mar do Japão ao longo de 9259 quilómetros. Outras linhas muito longas são, por exemplo, a que une Toronto e Vancouver (4465 km), a que liga Xangai e Lassa (4372 km) e a que conecta São Francisco e Chicago (3923 km).
Quatro semanas para percorrer todo o trajeto
Quando o Expresso Transiberiano foi inaugurado, os comboios circulavam apenas a 32 quilómetros/ hora. Os avanços tecnológicos e mecânicos permitiram que, hoje em dia, seja possível fazer todo o percurso em apenas uma semana.
Atravessa sete fusos horários diferentes
Durante a viagem, os passageiros têm de mudar a hora do relógio até sete vezes - praticamente uma vez por dia.
Junto ao lago mais profundo do globo
O Transiberiano faz parte do seu caminho nas margens do lago Baikal, na Sibéria. O lago é considerado o mais profundo do globo, com 1700 metros de profundidade. Na altura, representou um verdadeiro desafio para os engenheiros que estavam a projetar a rota.