Centenas de pessoas, envoltas em bandeiras ucranianas, manifestaram-se no sábado na capital dos Estados Unidos para pedir mais ajuda para a Ucrânia e protestar contra o presidente russo, Vladimir Putin.
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A concentração decorreu aos pés do Monumento a Lincoln e foi convocada por uma dezena de organizações ucranianas com sede nos Estados Unidos, como a organização não-governamental (ONG) United Help Ukraine.
A maioria dos participantes na marcha reclamava mais ajuda militar para a Ucrânia gritando palavras de ordem e agitando cartazes contendo mensagens como "As palavras não param os ditadores, as armas sim", enquanto outros chamavam a Putin "criminoso de guerra" e o comparavam ao líder nazi Adolf Hitler, responsável pela Segunda Guerra Mundial e pelo Holocausto.
No entanto, o que predominava na manifestação eram as bandeiras ucranianas de diferentes tamanhos, e muitas das mulheres presentes levavam o cabelo adornado com coroas de flores, no que se transformou num símbolo de feminilidade, feminismo e nacionalismo para as ucranianas.
As manifestações de apoio à Ucrânia sucederam-se no sábado em várias cidades do mundo, como Bruxelas, por exemplo, enquanto, paralelamente, também se realizaram protestos com multidões questionando o fornecimento de armas à Ucrânia ou exigindo um cessar-fogo.
Em Berlim, os críticos do envio de armamento para Kiev conseguiram reunir cerca de 10.000 pessoas.
A invasão russa da Ucrânia completou um ano na sexta-feira, dia em que o Governo do Presidente norte-americano, Joe Biden, aproveitou para anunciar a imposição de novas sanções a 200 pessoas e entidades russas, além de um pacote de 2.000 milhões de dólares em ajuda militar.
Também a União Europeia adotou no sábado o seu 10.º pacote de sanções à Rússia, incluindo na sua 'lista negra' mais 87 pessoas e 34 entidades daquele país.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de oito milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa - justificada por Putin com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, que hoje entrou no seu 368.º dia, 8.006 civis mortos e 13.287 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.