Cerca de 160 imigrantes subsaarianos tentaram, esta segunda-feira, em dois grupos, saltar a vedação que separa a cidade espanhola de Melilla de Marrocos, tendo entre cinco e 10 pessoas conseguido alcançar território espanhol.
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Fontes da Delegação do Governo confirmaram que o primeiro assalto à vedação ocorreu cerca das 3.30 Horas desta segunda-feira (2.30 em Portugal Continental) na zona de Rio de Oro, envolvendo pelo menos 100 imigrantes.
Efetivos de segurança espanhóis conseguiram repelir a tentativa de assalto e os imigrantes regressaram a Marrocos.
Meia hora depois um segundo grupo, de cerca de 60 pessoas, fez outro assalto à vedação e as autoridades estimam que entre cinco e 10 tiveram êxito e conseguiram entrar em território espanhol.
Já no domingo um grupo de 60 pessoas tinha realizado uma tentativa de entrar em Melilla, numa altura em que as autoridades espanholas e marroquinas mantêm negociações para controlar as novas vagas de imigração ilegal.
O chefe da diplomacia espanhola, José Manuel García-Margallo, disse que além dos contactos com Marrocos, Madrid está a manter contactos com a União Europeia, considerando que este é um problema que afeta todo o espaço europeu.
Uma das situações mais problemáticas vive-se atualmente no pequeno ilhote desabitado de Ilha da Terra, onde se encontram atualmente 81 imigrantes irregulares, entre eles três menores.
Segundo a Delegação do Governo, um primeiro grupo de 19 imigrantes chegou ao ilhote - situada no arquipélago de Alhucenas, a cerca de 100 quilómetros oeste de Melilla - na passada quarta-feira, tendo posteriormente três bebés e três mulheres, uma delas grávida, sido transferidos para Melilla.
Na madrugada de domingo chegou uma nova embarcação com mais 68 imigrantes, entre eles três menores e 17 mulheres.
Efetivos da base militar destacados no Peñón de Alhucemas, próximo da Ilha de Terra, tem estado nos últimos dias a dar assistência humanitária aos imigrantes que estão no ilhote, fornecendo-lhes mantas, água e comida.
Em declarações aos jornalistas, o delegado do Governo em Melilla, Abdelmalik O Barkani, afirmou não duvidar de que a chegada dos imigrantes se trata de uma ação "perfeitamente coordenada e orquestrada" por parte das redes que traficam seres humanos.
Segundo referiu, o caso demonstra a necessidade de procurar uma solução abrangente, inclusive a nível europeu, para lidar com a imigração irregular a partir de África.