O governo chinês alertou, esta terça-feira, que as sanções contra a Coreia do Norte não solucionarão a crise na península coreana se não forem abertas outras vias para reduzir a tensão.
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"A força militar nunca é uma opção e as sanções por si não oferecem uma saída", afirmou um porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Geng Shuang.
Geng não revelou se a China vai apoiar uma nova ronda de sanções contra o seu vizinho e limitou-se a sublinhar que as "decisões do Conselho de Segurança dependem do resultado das discussões entre os membros" do organismo.
Numa altura em que os Estados Unidos, França e Reino Unido defendem uma resposta mais firme contra o regime norte-coreano, após este ter realizado novo ensaio nuclear no domingo, Geng instou a que se retomem as conversações.
O porta-voz chinês acolheu com agrado a disposição da Suíça de atuar como "mediadora" na crise: "A China dá as boas-vindas e fomenta todas as propostas e esforços que levem ao alivio da tensão", disse.
Pequim é o principal aliado diplomático do regime de Kim Jong-un.
A Coreia do Norte fez no domingo o seu sexto teste nuclear, desta vez com o lançamento de uma bomba de hidrogénio, a mais potente até à data, um artefacto termonuclear que segundo o regime de Pyongyang pode ser instalado num míssil intercontinental.
A comunidade internacional condenou unanimemente o novo desenvolvimento de armamento norte-coreano.
Na segunda-feira, após uma reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas, os Estados Unidos propuseram votar novas sanções ao regime de Kim Jong-un na próxima segunda-feira, uma medida que já tinha sido defendida pela Coreia do Sul e pelo Japão.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, disse estar a avaliar a possibilidade de suspender o comércio com qualquer país que tenha negócios com Pyongyang e insinuou que não descarta um ataque à Coreia do Norte.
Por seu lado, a China e a Rússia apelaram ao diálogo com Pyongyang e propuseram o congelamento das manobras militares conjuntas dos Estados Unidos e da Coreia do Sul e a suspensão dos programas de armamento norte-coreanos, mas esta proposta foi recusada pelos Estados Unidos. A Coreia do Sul tem vindo já a fazer manobras e simulações de ataques e já admitiu autorizar os EUA a destacarem armas nucleares para o país.