O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, defendeu que "China e Europa devem ser amigas, não rivais, e cooperar, não confrontar-se", durante um périplo pela Europa, segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.
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De acordo com o porta-voz da diplomacia chinesa Lin Jian, Wang expressou durante o périplo, que incluiu paragens na Áustria, Eslovénia e Polónia, o desejo de que estes países "contribuam para o desenvolvimento saudável e estável das relações entre a China e a União Europeia", numa altura em que Pequim tenta reforçar os laços com o bloco europeu, face ao agravamento das tensões com os Estados Unidos.
Durante a viagem, que decorreu entre 12 e 16 de setembro, Wang criticou "a hegemonia unilateral" num contexto internacional "turbulento e complexo", numa alusão indireta a Washington. Em resposta, os líderes dos três países visitados manifestaram apoio ao multilateralismo, à autoridade das Nações Unidas e ao reforço da paz e do desenvolvimento globais, afirmou o porta-voz.
A guerra na Ucrânia foi um dos temas centrais da agenda. Em Viena, a ministra austríaca Beate Meinl-Reisinger apelou a Pequim para exercer a sua influência sobre Moscovo no sentido de pôr fim à invasão, reiterando a disponibilidade da Áustria para acolher futuras negociações.
Em Liubliana, a ministra eslovena dos Negócios Estrangeiros, Tanja Fajon, apelou à China para ajudar a alcançar uma paz "justa e duradoura", enquanto em Varsóvia, as autoridades polacas pediram medidas contra as "ações destrutivas da Rússia" e as provocações por parte da Bielorrússia.
A deslocação de Wang à Europa coincidiu com um agravamento das tensões no leste do continente, após a violação do espaço aéreo polaco por veículos aéreos não tripulados ("drones") russos, descrita por Varsóvia como uma tentativa de testar a capacidade de resposta da Polónia e da NATO.
Desde o início da guerra, a China tem mantido uma posição ambígua, apelando ao respeito pela integridade territorial de todos os países, mas também às legítimas preocupações de segurança de cada parte - numa formulação que visa equilibrar a sua relação estratégica com a Rússia com a sua imagem global como mediador.