Um académico chinês admitiu que a China poderá apoiar novas sanções ao Irão para não ficar isolada no Conselho de Segurança da ONU. Algo inédito e que poderia fazer valer a pressão da Comunidade Internacional.
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"A China poderá eventualmente ter de apoiar novas sanções, já que um veto isolaria o país de outros membros do Conselho de Segurança da ONU", disse o director do Centro das Relações China-Estados Unidos da Universidade Qinghua, Sun Zhe, citado hoje por um jornal oficial.
Sun Zhe adverte, no entanto, que "a China pode sofrer prejuízos económicos se apoiar novas sanções" ao Irão.
A posição daquele académico surge dois dias depois de o presidente russo, Dmitri Medvedev, ter dito que a Rússia estava pronta a encarar a imposição de novas sanções ao Irão.
Na segunda-feira, em Paris, Medvedev reafirmou que a imposição de sanções ao Irão era "o último recurso", mas disse estar aberto à ideia.
"A Rússia está pronta, juntamente com os nossos outros parceiros, a considerar a imposição de sanções" se não houver saída nas negociações, disse o presidente russo.
Questionado sobre a nova posição russa, um porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Qin Gang, defendeu "mais esforços diplomáticos" para resolver o contencioso nuclear com o Irão.
"Apelamos a uma resolução da questão nuclear iraniana por meios diplomáticos. Acreditamos que ainda há espaço para a diplomacia", disse Qin Gang na terça-feira.
A China -- um dos membros do Conselho de Segurança da ONU com direito de veto, com a Franca, Reino Unido, Rússia e Estados Unidos -- é o maior importador de petróleo do Irão e, também, o seu principal parceiro comercial .
O Irão é suspeito de estar a enriquecer urânio para fabricar armas atómicas, mas o governo de Teerão afirma que o seu programa nuclear tem apenas objectivos civis.