Um relatório do Senado dos EUA revelou que o programa de interrogatórios com recursos a técnicas reforçadas, que a CIA levou a cabo depois do 11 de Setembro, foram ineficazes e muito mais brutais do que o admitido pela agência de informação norte-americana.
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A conclusão foi divulgado esta terça-feira, num relatório elaborado durante cinco anos, que descreve técnicas de tortura como execuções e afogamentos simulados, ameaças sexuais e alimentação retal forçada e desnecessária, como forma de controlo dos prisioneiros.
O relatório do Senado dos EUA, do qual foi dado a conhecer um resumo de 524 páginas, diz que a CIA mentiu aos americanos, quando afirmou que as técnicas eram úteis para colher informação relevante para combater o terrorismo.
"Os interrogatórios eram mal geridos e incertos", afirma o relatório, cuja divulgação foi precedida por um aumento da segurança nas instalações norte-americanas espalhadas pelo mundo.
Segundo o documento, mais prisioneiros do que foi admitido pela CIA foram sujeitos a afogamentos simulados e tal prática aconteceu também numa prisão afegã, onde a agência garantia que não o fazia.
A CIA, em comunicado, afirma que o relatório é apenas "parte da história", embora reconheça que foram cometidos erros. O documento agora divulgado afirma que a agência para além do que foi autorizado pela Governo de George W. Bush na "guerra ao terrorismo".
A divulgação do relatório elaborado pelas democratas está a suscitar polémica entre os republicanos, que não queriam que as informações fossem divulgadas e que consideram erradas algumas das conclusões obtidas.