O quarto classificado nas eleições presidenciais de domingo, Ciro Gomes, anunciou, esta terça-feira, que vai companhar a decisão do seu partido, Partido Democrático Trabalhista (PDT), de apoiar Lula da Silva na segunda volta das eleições agendadas para 30 de outubro.
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"Gravo este vídeo para dizer que acompanho a decisão do meu partido, o PDT", escreveu Ciro Gomes nas suas redes sociais, numa mensagem acompanhada por um vídeo.
No vídeo gravado, Ciro Gomes, que terminou a primeira volta com 3,04%, não se refere uma única vez a Lula da Silva.
"Lamento que a democracia brasileira tenha afunilado a tal ponto que reste para o brasileiro duas opções, a meu ver, insatisfatórias", considerou.
"Ao contrário da campanha violenta da qual fui vítima, nunca me ausentei ou me ausentarei da luta pelo Brasil. Sempre me posicionei e me posicionarei na defesa do país contra projetos de poder que levaram o país a essa situação grave e ameaçadora", frisou, acrescentando que não vai aceitar qualquer cargo num eventual Governo de Lula da Silva.
Este anúncio acontece pouco depois de o Partido Democrático Trabalhista (PDT), que indicou o ex-ministro e candidato derrotado Ciro Gomes para a Presidência do Brasil, ter declarado o apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na segunda volta das eleições.
O presidente do PDT, Carlos Lupi, disse aos jornalistas que, após reunião da direção do partido, foi decidido "por unanimidade" apoiar "o que está mais próximo, que é a candidatura de Lula", contra a do Presidente do Brasil e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro, em 30 de outubro.
Lula da Silva venceu a primeira volta das eleições presidenciais brasileiras no último domingo com 48,4% dos votos, contra 43,2% obtidos por Bolsonaro.
Gomes, colocado em terceiro lugar em todas as sondagens, acabou por ficar em quarto lugar, com 3,04%, atrás da senadora de centro-direita Simone Tebet, que teve 4,1% dos votos.
Lupi garantiu que nem Ciro Gomes nem o PDT podem se omitir neste momento, quando o Brasil terá que escolher entre "um democrata como Lula" e um "aspirante a ditador como Bolsonaro."
Segundo o presidente do PDT, as únicas condições para apoiar Lula da Silva já foram aceites pela frente de partidos progressistas que o apoia.
São propostas defendidas por Ciro Gomes na sua campanha, como a adoção de um plano de rendimento mínimo universal, a renegociação das dívidas das famílias mais pobres e um programa que estabelece educação em tempo integral para crianças e jovens.
O PDT, formação histórica do centro-esquerda brasileiro, une-se assim a uma vasta frente progressista formada por Lula da Silva para estas eleições, que hoje conta com 11 partidos.