Civis resistem "sem água e sem comida" em Azot e os EUA reforçam compromisso com Kiev
Os cerca de 500 ucranianos, que se protegem da guerra, na fábrica de Azot, em Severodonetsk, estão a ficar sem água potável, sem comida, luz e saneamento. A sobrevivência destas pessoas está em causa segundo a ONU e nem isso fez com que o corredor humanitário prometido pela Rússia para hoje fosse bem-sucedido. Os EUA reafirmaram o compromisso com Kiev ao enviarem um novo pacote de ajuda para a Ucrânia. Eis os pontos-chave do 112.º dia de invasão.
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- "As pessoas não aguentam mais nos abrigos (...) o seu estado psicológico está no limite", revelou hoje Serhiy Haidai, governador da região de Lugansk, referindo-se às centenas de civis que se refugiram na fábrica de Azot, em Severodonetsk. As condições do abrigo estão a deteriorar-se de dia para dia e os cerca de 500 ucranianos lá escondidos estão a ficar sem água potável, comida, luz e saneamento, quem o diz é a ONU que se mostra muito preocupada com a sobrevivência dos civis. A Rússia prometeu um corredor humanitário para retirar os cidadãos de Severodonetsk, mas segundo a agência Lusa a primeira tentativa de evacuação de Azot falhou, repetindo-se o cenário ocorrido no complexo siderúrgico Azovstal, em Mariupol.
- A Rússia apelou aos ucranianos escondidos na fábrica de produtos químicos Azot que parassem "a resistência sem sentido e depusessem armas". No entanto, a Ucrânia ignorou um ultimato russo para entregar Severodonetsk, apesar de Moscovo controlar 80% da cidade.
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- O presidente norte-americano, Joe Biden, anunciou, esta quarta-feira, um novo pacote de ajuda à Ucrânia, no valor de mil milhões de dólares, cerca de 962 milhões de euros. Os EUA vão enviar mais artilharia pesada pedida por Kiev, mísseis bem como munições para "reafirmar o compromisso dos Estados Unidos em ajudar a Ucrânia a defender a democracia".
- Volodymyr Zelensky instou hoje a UE a endurecer as sanções contra a Rússia e avisou que as forças de Moscovo poderiam atacar outros países depois de invadirem a Ucrânia. Em resposta, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, disse que os aliados vão continuar a fornecer apoio militar à Ucrânia, e que está ainda em cima da mesa um novo pacote de ajuda para Kiev, que será concretizado na cimeira de Madrid, que se vai realizar no final do mês.
- As autoridades ucranianas estimaram esta quarta-feira que pelo menos 313 crianças foram mortas e 579 feridas desde o início da guerra com a Rússia em 24 de fevereiro. A província de Donetsk é a que tem o maior número de vítimas.
- 250 soldados russos foram mortos nas últimas 24 horas, segundo dados avançados por Kiev. Em termos gerais, 32 750 militares do Exército de Moscovo terão morrido em combate, revelaram as autoridades ucranianas.
- O ex-presidente russo Dmitri Medvedev, atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Federação da Rússia, afirmou esta quarta-feira que a Ucrânia pode deixar de existir nos próximos dois anos. "Quem disse que a Ucrânia pode ainda estar nos mapas nos próximos dois anos?", escreveu Medvedev numa mensagem publicada no Telegram, onde comentou a notícia de que Kiev está a tentar garantir o abastecimento de gás natural liquefeito (GNL) para o próximo inverno, através de um empréstimo dos Estados Unidos que a Ucrânia pretende saldar nos próximos dois anos.
- A empresa russa Gazprom anunciou hoje que vai reduzir em mais de um terço as entregas de gás para a Europa, através do gasoduto Nord Stream, após problemas com os equipamentos. A produção diária cairá assim de 100 para 67 milhões de metros cúbicos (m3).