Clonagem: Um cão chamado Snuppy, o gato CC, o rato Figo e os macacos Zhong e Hua
Dolly "abriu a porta" a uma série de outros projetos de técnicas de clonagem, entre eles, um com participação portuguesa.
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O nascimento de Dolly lançou um debate sobre a manipulação genética que não se viria a encerrar e, 25 anos mais tarde, sem clones humanos, mas mais animais, a tecnologia utilizada ajudou no conhecimento das doenças.
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Assim, a clonagem de outros animais continuou depois de Dolly ter aberto essa porta. Snuppy, um galgo-afegão, que nasceu em 2005, foi um e antes dele, em 2001, tinha nascido o gato CC (de "Copy Cat"), o primeiro gato clonado, que viveu uma longa vida de 18 anos até março de 2020, quando morreu, por falência renal. Em Portugal, a falta de verbas inviabilizou o projeto de clonar um bovino, experiência proposta pelo Instituto de Ciências Biomédicas de Abel Salazar, no Porto, mas um outro projeto, também com o carimbo português, conseguiu clonar com êxito um rato de laboratório, numa parceria com Ian Wilmut, o "pai" de Dolly.
O rato Figo, que nasceu em pleno Euro 2004, resultou de uma técnica inovadora na área da clonagem, que, na altura, motivou o interesse de vários países em aplicá-la a roedores e a outros animais de maior porte.
avanço geral
Ao longo dos anos, Dolly continuou a inspirar a ciência e, em 2018, nasceram, na China, os primeiros macacos clonados com o mesmo método.
Ao contrário da ovelha, que foi clonada a partir do ADN de células diferenciadoras de uma ovelha adulta, os macacos Zhong Zhong e Hua Hua resultaram de uma célula diferenciadora em estado embrionário, o fibroblasto, que existe no tecido conjuntivo.
Na mesma experiência, foram também usadas células adultas, mas os macacos clonados só sobreviveram algumas horas.
Mas, mais do que permitir a clonagem de animais, o nascimento de Dolly e o caminho que abriu na área da manipulação genética permitiram um maior conhecimento de doenças e motivou investigações ao nível das células estaminais - da sua existência e utilização e das aplicações ao nível da regeneração de tecidos e órgãos.
Os medos da altura não se confirmaram e, 25 anos depois, a ciência que ajudou a criar a ovelha mais famosa do Mundo continua a percorrer o seu caminho, num sentido que parece, apesar de tudo, positivo.