Songpol Kanthawong, de 13 anos, faz parte da equipa de futebol juvenil que desapareceu a 23 de junho numa gruta na Tailândia. Se não fosse a ajuda dada pela mãe, também ele poderia ter ficado encurralado com os colegas e o treinador.
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"A minha mãe veio buscar-me depois do treino", contou Pone, como é conhecido, ao "The Washington Post". "Assusta-me pensar que poderia ter ido com eles".
Os jovens que ficaram presos na gruta da Tailândia são aventureiros, conta. Costumavam andar de bicicleta em redor da montanha Doi Nang Non. As cavernas Tham Luang, das mais mais longas do país, com uma extensão de cerca de 10 quilómetros, não eram desconhecidas do grupo, que já as haviam visitado várias vezes.
Do lado de fora, Pone contou que o dia em que os colegas desapareceram começou com um treino de futebol. O rapaz mostrou um vídeo gravado nesse mesmo dia, que mostra os jovens vestidos com a mesma camisola vermelha e azul que estavam a usar quando foram encontrados na segunda-feira. Andavam de bicicleta pelas ruas de Mae Sai. Pareciam despreocupados. Até que começou a chover. "Antes daquela chuva, não havia nada, era apenas um dia normal", disse o rapaz, ansioso pelo dia em que os amigos estarão livres, para que possa atualizá-los dos resultados do Mundial 2018.
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As autoridades tailandesas, acompanhadas de uma equipa de especialistas internacionais de países como o Reino Unido e a China, continuam em discussões acerca da melhor forma de resgatar o grupo, tendo em conta que nenhuma criança sabe nadar.
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"Não há visibilidade, é um espaço confinado", disse Matt Fitzgerald, membro da equipa de mergulho da Polícia Federal Australiana, que enviou seis mergulhadores para ajudar no esforço de resgate. "Seria aterrorizante" para eles.
Segundo as autoridades, não é preciso resgatar os meninos todos ao mesmo tempo, sendo possível trazer à superfície alguns jovens de cada vez. Perfurar uma abertura na gruta também é uma opção, uma vez que as vítimas conseguem respirar.
Em conferência de imprensa, na quinta-feira, o governador de Chiang Rai, Narongsak Osotthanakorn, explicou que as equipas de resgate e mergulhadores estão numa corrida contra o tempo, tentando bombear água suficiente para que os jovens possam sair em segurança. Embora o tempo tenha estado relativamente seco, a água continua a infiltrar-se na caverna.
"Todos os dias analisamos o tempo divulgado pelo serviço de meteorologia, para saber quanta chuva vai cair", acrescentou o governador. Se os meninos não forem retirados nos próximos dias, podem ficar presos durante meses, com menos opções de resgate.
Serão necessárias cerca de 11 horas para chegar aos jovens e trazê-los de volta. Durante esse tempo, as comunicações terão de funcionar permanentemente para garantir que o resgate acontece tranquilamente. As autoridades tentaram estender as linhas telefónicas para o local da gruta onde se encontra o grupo, mas os telefones caíram na água, impedindo que conseguissem comunicar com as famílias.
Na escola Mae Sai Prasit Sart, as orações diárias continuam. A operação de resgate foi acompanhada por diversos rituais budistas e visitas de monges. Na noite de quarta-feira, as famílias dos jovens receberam uma fotografia do rei tailandês emoldurada, com o objetivo de dar força.