O comandante do "Costa Concordia" revelou à juíza que decretou a sua prisão domiciliária que não foi a primeira vez que se aproximou da ilha de Giglio, nem se tratou de uma decisão apenas sua.
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Francesco Schettino revelou que a decisão de se aproximar da ilha foi, também, da empresa proprietária do navio. "Houve outros lugares em que fizemos manobras idênticas, como em Capri, Sorrento e em outros locais do mundo (...). É uma forma de fazer publicidade", referiu.
De acordo com os jornais "Corriere delle Sera" e "Il Messaggero", o comandante disse à juíza que a empresa proprietária do paquete - a Costa Cruzeiros - deu-lhe permissão para realizar a manobra. Desta forma, Schettino contradisse as afirmações do presidente da companhia, Pier Luigi Foschi, que disse desconhecer as manobras, às quais nunca daria autorização.
O comandante disse ainda à juíza que não activou, de imediato, o alarme de evacuação do navio porque queria, primeiro, estar bem certo do que havia sucedido.
"Agora, tenho de conviver com os mortos", afirmou perante a causídica.
O comandante assegurou que a aproximação à costa é algo "habitual" e é feito como forma de chamar a atenção e de saudar os habitantes dos locais por onde o cruzeiro passa. E chegou mesmo a reconhecer que não só o tinha feito com este navio, como também com outros, como o "Costa Europa".
Schettino demostrou dúvidas quanto ao sistema de cópia de segurança dos dados do cruzeiro. O comandante assegurou que não tinha a certeza de que o sistema tivesse gravado os acontecimentos porque, como relatou, o sistema tinha falhas e, por isso mesmo, havia pedido uma inspecção para que voltasse a funcionar.
No sábado, foi encontrado o disco duro do computador de bordo do "Costa Concordia", que supostamente contém vários vídeos da ponte de comando, o que poderá contribuir para a reconstrução dos acontecimentos no momento do impacto, cerca das 21.45 horas locais.