Os combates intensificaram-se esta quarta-feira em Donetsk, com o centro da cidade ucraniana a ficar sob o fogo de tiros de artilharia, nos confrontos entre combatentes pró-Rússia e tropas ucranianas, que já causaram pelo menos 40 mortos.
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Pelo menos dez explosões foram registadas no centro da cidade, um dos bastiões dos separatistas pró-Rússia, agora quase totalmente cercada por tropas ucranianas.
Esta quarta-feira, os obuses caíram a menos de um quilómetro do estádio do clube de futebol Shakhtar Donetsk, cuja equipa, várias vezes campeã nacional, abandonou a cidade devido ao conflito.
Perto do estádio, os estragos nas fachadas dos edifícios são visíveis, constatou a AFP no local.
Após cada explosão, uma dezena de viaturas com combatentes separatistas era vista a dirigir-se para o local, a grande velocidade.
As autoridades locais deram conta da morte de outros nove civis durante os ataques aos bairros de Petrovski e Kievski, número que se junta às 34 pessoas falecidas em Donetsk, nas últimas 24 horas.
O exército ucraniano tem em curso uma operação para cortar a fronteira russa dos territórios de leste do país, controlados pelos rebeldes.
"Os principais esforços das forças ucranianas concentram-se em isolar zonas (sob controlo rebelde) para impedir a invasão de grupos armados ilegais e de grupos de reconhecimento e de sabotagem a partir da Rússia", indicou o estado-maior da operação militar de Kiev no leste.
Esta reorientação estratégica surge após o anúncio, na segunda-feira, do presidente ucraniano, Petro Porochenko, de uma mudança na tática militar para o conflito no leste.
As forças governamentais devem, a partir de agora, "reagrupar-se" antes de uma nova ofensiva para cortar o acesso dos rebeldes à fronteira russa, da qual ainda controlam parte.
Kiev e os ocidentais acusam Moscovo de fazer passar, pela fronteira, equipamento militar e combatentes que vêm reforçar as fileiras dos rebeldes pró-russos.
Na segunda-feira, Porochenko confirmou as informações, dadas por um dirigente separatista, de que os rebeldes tinham recebido 1200 homens bem treinados e vários tipos de veículos blindados, chegados "num momento crucial", quando os bastiões estavam cercados. Moscovo desmentiu estas informações.
As forças governamentais já tentaram, em várias ocasiões, retomar o controlo da fronteira, sem êxito.