Condenado injustamente pela morte de Malcolm X processa Nova Iorque por 40 milhões
Veterano da Marinha e pai de seis filhos, Muhammad Aziz foi preso quando tinha 24 anos pela morte do ativista anti-racismo Malcom X. Passou 20 anos na prisão e oito em condicional. Agora, com 84 anos e com a sua inocência provada, entrou com um processo judicial, onde exige 40 milhões de dólares por acusação maliciosa, negação do devido processo legal e má conduta do Governo.
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Muhammad Aziz e Kahli Islam foram condenados pelo homicídio, em 1965, de Malcolm X, um dos maiores líderes ativistas que lutou pelos direitos da comunidade afro-americana, nos EUA.
O homicida confesso, Thomas Hagan, afirmou em tribunal que nenhum dos outros dois homens tinha envolvimento no caso de Malcolm X, mas, apesar deste testemunho e da falta de provas físicas, Aziz e Islam foram condenados, e cumpriram 20 anos de cadeia. Ambos eram membros da Nação Islâmica, um grupo religioso que Malcolm X tinha frequentado.
Em 2020 o Innocent Project, um grupo jurídico sem fins lucrativos que defende casos de injustiça, deu início a uma investigação, e novas informações foram adicionadas ao caso. Aziz foi absolvido em 2021 à luz de "provas recém-descobertas". Foram ainda encontradas provas de que a polícia de Nova Iorque e o FBI estiveram envolvidos no assassinato de Malcolm X.
Muhammad Aziz está a processar Nova Iorque por condenação injusta e pela má conduta da Justiça de Nova Iorque. Aziz pede 40 milhões de dólares (aproximadamente o mesmo valor em euros) como compensação.
"Muhammad Aziz e Khalil Islam foram injustamente condenados e presos durante décadas, como resultado de má conduta ultrajante do Governo e violações dos seus direitos constitucionais", afirma David Shanies, advogado de direitos civis. Kahli Islam morreu em 2009 e nunca pôde ver o seu nome limpo.