A Arménia e o Azerbaijão voltaram a envolver-se em confrontos fronteiriços após um dia de cessar-fogo, indicaram, esta quinta-feira, os ministérios da Defesa dos dois países que se acusam mutuamente pelo regresso das hostilidades.
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Os combates que começaram no passado domingo na fronteira norte entre as duas ex-repúblicas soviéticas do Cáucaso colocam em confronto inimigos de longa data registando-se neste momento os incidentes mais graves desde 2016.
Os dois países beligerantes indicam através de comunicados separados que há "combates em curso" esta quinta-feira.
Os incidentes armados conheceram uma acalmia na quarta-feira, após três dias em que se notaram sobretudo disparos com morteiros.
"Após uma intensa batalha, o inimigo retirou-se", indicou o ministério arménio da Defesa afirmando que conseguiu impedir uma "tentativa de infiltração" por parte do Azerbaijão.
De acordo com as autoridades de Erevan as forças de Baku começaram a atingir com fogo de morteiro as localidades de Aygepar e Movses.
O Ministério da Defesa do Azerbaijão afirmou o contrário comunicando que "uma unidade das Forças Armadas da Arménia voltaram a atacar" os distritos de Touvoz e a zona de fronteira.
Entre domingo e terça-feira, pelo menos 16 pessoas morreram, entre as quais 11 militares e um civil do Azerbaijão, e quatro soldados arménios. Baku perdeu um general nos confrontos.
As duas ex-repúblicas soviéticas estão em conflito na região do Nagorno-Karabakh, no Azerbaijão reclamada pela Arménia e que foi atingida por uma guerra que fez pelo menos 30 mil mortos nos anos 1990.
A Rússia, os Estados Unidos e a União Europeia apelaram às duas partes o fim das hostilidades.
A Turquia apoia o governo de Baku provocando os receios de uma intensificação do conflito.