A fachada do consulado russo em Nova Iorque foi vandalizada com tinta vermelha, num gesto de protesto contra a anexação de quatro regiões ucranianas pela Rússia.
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Às 12 horas (17 horas em Portugal continental), grandes manchas de tinta vermelha cobriam a fachada do consulado, um edifício de estilo renascentista no bairro de Upper East Side, em Manhattan, de acordo com agência de notícias France-Presse (AFP).
O portão de entrada também foi pintado a vermelho.
Um porta-voz da polícia de Nova Iorque disse à AFP que as autoridades foram notificadas pelas 13.30 horas locais. "Não houve detenções e a investigação está em curso", adiantou a mesma fonte, acrescentando que o incidente foi "motivado possivelmente por hostilidade".
Este ato de vandalismo surge no dia em que o presidente russo, Vladimir Putin, formalizou a anexação de quatro territórios ucranianos.
Putin assinou os tratados de anexação das regiões ucranianas de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporíjia, apesar da condenação internacional e da Ucrânia.
As quatro regiões representam cerca de 15% do território da Ucrânia, ou cerca de 100 mil quilómetros quadrados, um pouco mais do que a dimensão de países como a Hungria e Portugal ou um pouco menos do que a Bulgária, segundo a agência espanhola Efe.
A assinatura da anexação das quatro regiões do leste e sul da Ucrânia, que a Rússia controla apenas parcialmente, seguiu-se a um discurso de Putin, que defendeu a "decisão inequívoca" dos cidadãos daqueles territórios, manifestada em referendo não reconhecidos por Kiev nem pela comunidade internacional.
Putin também apelou à Ucrânia para cessar imediatamente os ataques e comprometeu-se a defender o território russo com todos os meios.
O líder russo deu este passo após ter reconhecido a independência de Zaporíjia e Kherson na quinta-feira, como fez, em 21 de fevereiro deste ano, com as autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Lugansk, no Donbass (leste), três dias antes de ordenar a invasão da Ucrânia.
A Rússia já tinha anexado a península ucraniana da Crimeia, em março de 2014, também após um referendo realizado sob ocupação militar.
A Ucrânia e quase toda a comunidade internacional já anunciaram que não irão reconhecer a anexação.