A "operação militar especial" russa na Ucrânia, que Putin previa acabar em dias, prolonga-se há 10 meses e não dá sinal de acabar. Com o inverno já instalado no terreno, Moscovo tenta elevar o moral das tropas, enregeladas entre uma guerra que não pediram e a aguerrida defesa ucraniana. A solução, contra os canhões é marchar... a banda de música.
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A Rússia vai mandar músicos para a frente de batalha na Ucrânia na tentativa de animar o moral das tropas em combate. O ministério da Defesa russo anunciou, esta semana, a formação da "brigada criativa da linha da frente", que vai incluir cantores e músicos.
A criação desta brigada foi revelada ao mundo pelo habitual relatório do Ministério da Defesa do Reino Unido, o MoD. De acordo com o documento dos britânicos, o baixo moral "é uma vulnerabilidade significativa entre as tropas russas" a combater na Ucrânia.
Segundo o MoD, a brigada criativa surge na linha da associação histórica de "música militar e entretenimento organizado" à melhoria do moral das tropas e segue-se a uma campanha pública a pedir donativos de instrumentos musicais.
O portal de notícias russo RBC revelou que as brigadas serão constituídas por militares chamados à luz da mobilização ordenada pelo presidente Putin e ainda por "artistas profissionais que se voluntariaram para fazer serviço militar". Esta unidade musical terá como missão manter "elevado o moral e o estado político e psicológico dos participantes da operação militar especial".
Entretanto, o ministro russo da Defesa, Sergei Shoigu, diz que visitou a linha da frente. Segundo um comunicado colocado na rede social Telegram, "falou com as tropas no terreno" num "posto de comando" avançado.
Shoigu "voou pelas áreas de destacamento de tropas russas e verificou as posições avançadas das unidades na zona da missão militar especial", acrescenta a nota no Telegram. Informação que não foi possível confirmar de forma independente. Tão pouco se sabe se Shoigu se deslocou realmente à frente de batalha.
O total de vítimas russas da guerra não é conhecido. Segundo um relatório da agência de notícias Reuters, cerca de 100 mil soldados russos terão morrido ou ficado feridos desde o início do conflito.
Segundo a ONU, a invasão da Ucrânia causou a morte de 6595 civis e ferimentos em 10189. Números dados como confirmados e que para a Agência das Nações Unidas estarão muito aquém da realidade.
Ainda de acordo com a ONU, a ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas - mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus.