Dmitry Zelenov, um magnata russo da construção, morreu no dia 9 de dezembro na cidade de Antibes, em França. Foi o segundo oligarca russo a morrer ao cair de escadas, em menos de três meses.
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A contagem de oligarcas mortos em circunstâncias misteriosas desde a invasão da Ucrânia continua a aumentar. Em menos de três meses, quatro russos próximos do centro de poder morreram, dois em quedas de escadas.
A última vítima destes acidentes estranhos com oligarcas russos foi Dmitry Zelenov, que caiu das escadas após um jantar com amigos num restaurante em Antibes, na Riviera francesa. O magnata da construção, de 50 anos, ainda foi levado para o hospital, mas não resistiu aos ferimentos que susteve na cabeça. O óbito foi declarado pelo procurador da cidade vizinha de Grasse.
Segundo a imprensa britânica, Zelenov teria sido submetido a uma cirurgia ao coração nas semanas anteriores ao acidente fatal. O magnata, cofundador da Don-Stroy, enriqueceu jovem e depressa, dominando o mercado imobiliário em Moscovo.
As circunstâncias da morte de Zelenov são semelhantes às de Anatoly Gerashchenko, ex-diretor do Instituto de Aviação de Moscovo (IAM), que caiu pelas escadas no local de trabalho, há menos de três meses.
"A 21 de setembro, Anatoly Nikolaevich Gerashchenko morreu em resultado de um acidente", informou aquele Instituto, em comunicado. "É uma perda enorme para o IAM e para comunidade científica e pedagógica", lê-se no documento, citado pela imprensa britânica.
Gerashchenko, de 73 anos, tinha uma vida profissional dedicada ao IAM, o principal instituto de investigação científica na Rússia, organismo responsável pelo desenvolvimento da tecnologia aeroespacial e considerado muito próximo de Putin. Era também um professor respeitado e um engenheiro de renome, agraciado com a Medalha da Ordem por Serviços à Pátria.
A morte estranha de Anatoly Gerashchenko aconteceu menos de duas semanas após do falecimento do responsável russo pelos assuntos do Ártico, que caiu "borda fora" durante uma viagem de barco.
Ivan Pechorin, de 39 anos, era diretor geral da Corporação para o Desenvolvimento do Ártico (CDA) e caiu do barco nas águas ao largo da ilha de Russky, perto do Cabo Ignatiev, revelou a agência de notícias russa Pravda.
O corpo de Pechorin foi encontrado no mar menos de 24 horas depois de cair do barco. "A morte de Ivan é uma perda irreparável para amigos e colegas, uma grande perda para a corporação", disse a organização, em comunicado.
Pechorin esteve no cargo cerca de sete meses. Tinha sido nomeado diretor-geral da CDA em fevereiro, após morte do anterior CEO, Igor Nosov, de 43 anos, que morrera vítima de um acidente vascular cerebral (AVC).
O mês de setembro foi particularmente difícil para russos próximos do poder, tendo começado com a notícia da morte de Ravil Maganov, de 67 anos. O magnata do petróleo terá caído da janela do sexto andar de um hospital em Moscovo.
Maganov era presidente da Lukoil, a segunda maior petrolífera russa, que tinha manifestado oposição à invasão da Ucrânia. Segundo um relatório divulgado pela imprensa mundial, o magnata teria sido espancado antes de cair da janela. Um incidente registado pouco tempo após a passagem de Putin pela Clínica Central Hospitalar, para prestar uma homenagem a Mikhail Gorbachev, o presidente que abriu a Rússia ao Mundo, que morreu naquele hospital.
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Alexander Subbotin que era quadro superior na Lukoil foi encontrado morto em maio. O bilionário, de 43 anos, com ligações ao Kremlin e que era dono de uma empresa naval, terá morrido de ataque cardíaco. Especula-se que o enfarte fatal terá sido espoletado por um veneno.
As mortes no setor da energia atingiram também a Gazprom. Alexander Tyulakov, de 61 anos, um quadro de topo da empresa estatal de gás russa, foi encontrado morto pela amante no dia seguinte à invasão da Ucrânia, numa casa de luxo em São Petersburgo.
Em abril, aconteceu uma das mortes mais chocantes: Vladislav Avayev, um ex-oficial do Kremlin, ter-se-á suicidado depois de, aparentemente, ter esfaqueado a mulher, Yelena, de 47 anos, e a filha de ambos, de 13.
Poucos dias depois, o multimilionário Sergey Protosenya, 55 anos, foi encontrado enforcado em Espanha, após matar a mulher, Natalia, de 53 anos, e a filha adolescente de ambos com um machado.
Estes são apenas alguns exemplos de mortes misteriosas que afetaram magnatas russos este ano, desde a invasão russa da Ucrânia, a 24 de fevereiro.
Ainda antes do início da guerra, na alvorada de fevereiro, Leonid Shulman, chefe de transportes na Gazprom Invest foi encontrado morto com múltiplas facadas na casa de banho da habitação, no mesmo condomínio onde residia Tyukalov.