A cooperação europeia no combate ao terrorismo ainda não está a 100%, não obstante os ataques em Paris e as constantes ameaças do Estado Islâmico.
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A troca de informações constitui-se como a principal arma para combater o terrorismo, mas a situação ainda não será a desejável. Isto mesmo ficou claro esta terça-feira, num seminário sobre terrorismo realizado em Bruxelas e que termina quarta-feira, com as intervenções do diretor da Europol, Rob Wainwright, e Guenther Sablattnig, que integra a estrutura da Comissão Europeia virada para a coordenação do combate ao terrorismo.
No seminário organizado pelo Parlamento Europeu, nem um nem outro fizeram críticas diretas, mas ficou das intervenções de ambos e das perguntas que se seguiram, que as forças policiais dos Estados-membros ainda não utilizam tidos os instrumentos para a partilha de informação.
Ou seja, as ferramentas para a partilha existem, mas nem todos os Estados-membros as usam de igual forma, um problema que não deixa de levantar questões, uma vez que o combate ao terrorismo é essencialmente de natureza preventiva. Quando o terrorista não é travado abre-se a porta ao atentado.
Rob Wainright falou de um "incremento da troca de informação", enquanto Guenther Sablattnig disse que "ainda não atingimos o ótimo", isto quando é público que poderá ter falhado a cooperação entre as autoridades francesas e belgas, no que diz respeito aos atentados de Paris, a 13 de novembro de 2015.
O diretor da Europol não deixou de salientar que "se vive a maior ameaça terrorista desde há dez anos", destacando também a maior dificuldade em combater o Estado Islâmico em relação à al-Qaeda, a sua natureza mais complexa e o facto de estarem a usar "técnicas das forças especiais".