Os líderes do Estado Islâmico poderão tentar fugir para a Líbia, na sequência da pressão militar que a estrutura terrorista está a sofrer na Síria.
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Os receios foram manifestados, esta terça-feira, em Bruxelas, por um elemento da estrutura do Conselho da Europa de coordenação antiterrorista. De acordo com Guenther Sablattnig, que trabalha diretamente com Gilles Kerchove, responsável pelo contraterrorismo da UE, líderes do Estado Islâmico "poderão estar a tentar movimentar-se para a Líbia".
As declarações foram prestadas durante um seminário sobre terrorismo, organizado pelo Parlamento Europeu, que termina quarta-feira, numa altura em que voltam a aumentar as preocupações à volta do Estado Islâmico.
Na prática, esta movimentação poderá corresponder a um reforço do Estado Islâmico naquele instável país do Norte de África e é mais uma das fontes de preocupação para a União Europeia.
E a instabilidade poderá ser um dos motivos pela opção, associada à procura de um novo espaço onde já tenha algum apoio. Guenther Sablattnig explicou ao JN que a escolha poderá estar igualmente associada à dimensão do país e à proximidade com outros países africanos onde a atividade terrorista tem vindo a desenvolver-se.
Quanto ao facto de al-Qaeda ter uma presença forte na região e isso gerar mais confrontos com Estado Islâmico, Guenther admitiu essa possibilidade, o que significará mais elemento de instabilidade.
A hipótese de a Líbia se transformar num novo campo de batalha antiterrorista é algo que a União Europeia está a seguir com atenção, mas sem ainda ter definida uma linha de ação. "Devemos estar preparados", disse.
E como tem sido veiculado, a situação no Norte de África é particularmente importante para Portugal, dada a proximidade geográfica e os laços económicos e políticos com a Argélia, Marrocos e Tunísia. Ainda no ano passado uma portuguesa foi morta durante um atentado do Estado Islâmico na Tunísia, um país que se tornou num alvo preferencial do terrorismo. E um qualquer destes países trabalha estreitamente com as polícias e os serviços de informações europeus. Este mês, por exemplo, Marrocos deteve um suspeito ligado aos atentados de Paris.