A Coreia do Norte prepara um novo teste nuclear para os próximos meses, assinalaram, este sábado, as autoridades sul-coreanas com base na atividade detetada nas instalações atómicas norte-coreanas e no testemunho de um desertor de alto nível.
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O Serviço Nacional de Inteligência de Seul (NIS) observou "continuada atividade humana e de veículos" na base de Punggye-ri, onde o regime liderado por Kim Jong-un efetuou os seus dois últimos testes atómicos nos passados meses de janeiro e setembro, segundo a agência sul-coreana Yonhap.
O diretor do NIS, Lee Byoung-ho, assinalou que Pyongyang está a "preparar-se para realizar um novo teste atómico a qualquer momento" e que só aguarda para o fazer "em função da situação política da Coreia do Sul e dos Estados Unidos", segundo disse numa intervenção perante um comité do parlamento sul-coreano.
Na mesma linha, o desertor norte-coreano Thae Yong-ho, ex-número dois da embaixada de Pyongyang em Londres, afirmou hoje que o seu país prepara um novo teste nuclear que terá lugar em datas próximas das próximas eleições na Coreia do Sul.
Pyongyang enviou documentos a todas as suas embaixadas no exterior onde informa dos preparativos para o futuro ensaio, explicou Thae no mesmo comité.
O novo teste nuclear representaria outra manifestação de poder do regime norte-coreano num momento de crise política na Coreia do Sul devido ao escândalo de corrupção que afeta a Presidente Park Geun-hye e que causará uma antecipação das eleições, inicialmente previstas para dezembro de 2017.
Thae fugiu em agosto para a Coreia do Sul após protagonizar umas das deserções de mais alto nível na Coreia do Norte.
Pyongyang realizou em 2016 o quarto e quinto testes nucleares, depois dos de 2006, 2009 e 2013, além dos lançamentos de cerca de 20 mísseis, incluindo alguns a partir de submarinos, e de projeteis balísticos de médio alcance.