Cortes de energia deixam Cuba com menos um terço do necessário nas horas de maior consumo
Os cortes de eletricidade afetam 37% das necessidades de energia de Cuba, nas horas de maior consumo, segundo cálculos divulgados pela empresa estatal Unión Eléctrica (UNE).
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Os "apagões" ocorrem diariamente na ilha devido à crise energética que o país atravessa há vários meses, e que se agravou com o impacto do furacão Ian no oeste do país, no final de setembro. Em algumas áreas, os "apagões" podem atingir até três horas diárias.
A capacidade atual de produzir eletricidade no 'horário de pico' será de 2.021 megawatts (MW) para uma procura de 3.100 MW, segundo a UNE.
O défice - a diferença entre oferta e procura - será de 1.079 MW, 53% da capacidade de produção. A afetação - embora o valor exato seja desconhecido, segundo a operadora - deverá situar-se em 1.149 MW.
Os "apagões", devido a quebras e falhas nas centrais termoelétricas desatualizadas, a falta de combustível e a manutenção programada, são comuns há vários meses em Cuba.
Sete das oito centrais terrestres têm mais de 40 anos, quando a idade média de vida destas infraestruturas é de 30 anos.
O Governo cubano anunciou em setembro último que pretende reduzir os apagões antes do final deste ano, com reaparações e novos investimentos.
Desde julho, há protestos em todo o país pela falta de energia, que aumentaram nos últimos dias como resultado dos efeitos do Ian no sistema elétrico cubano.
Os "apagões" já constituíram um dos principais motivos dos protestos contra o Governo em 11 de julho do ano passado, os maiores em décadas, segundo a agência noticiosa Efe.