O nível geral de criminalidade em Angola registou uma diminuição de 2,7% em 2014, comparativamente com o ano anterior, mas o número de crimes violentos permanece elevado.
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O quadro da situação foi apresentado esta segunda-feira pelo ministro do Interior, Ângelo Veiga Tavares, na abertura do Conselho Consultivo Alargado daquele órgão do Estado angolano.
Segundo o governante, vários crimes registados nos últimos dias foram já esclarecidos, resultando no desmantelamento de "uma perigosa rede de malfeitores", integrada por cidadãos angolanos e estrangeiros, que operavam na capital angolana, Luanda, mas também nas províncias de Benguela, Huíla, Huambo e Cunene.
Entre os vários crimes, nomeadamente assaltos a bancos, estaleiros de construção civil, homicídios voluntários, roubos de viaturas e violações, Ângelo Veiga Tavares sublinhou a ocorrência de uma "violência atípica".
"Situação que nos coloca diante de eventuais perfis criminológicos de novo tipo e que carecem de estudos e devida caracterização, para o seu adequado enfrentamento e combate", referiu o ministro.
Ângelo Veiga Tavares realçou que por muitos dos crimes ocorrerem em convívios familiares e sob efeito de bebidas alcoólicas, a polícia deve primar por uma maior proximidade com a população, com vista a que ela seja participe da sua própria segurança e denuncie as ações marginais.
Essa estratégia de aproximação pode conter igualmente os altos níveis de sinistralidade rodoviária, de acordo com o ministro, tida como "dos maiores flagelos atuais em termos de mortalidade".
"Pois as famílias e comunidades estão em condições de prevenir e mesmo impedir que jovens, e não só, conduzam alcoolizados, desencartados ou em quaisquer outras condições de risco para acidentes de viação e ajudar a que crianças, idosos e outras pessoas vulneráveis façam uso correto das vias e estradas", referiu o governante.
O Conselho Consultivo Alargado do Ministério do Interior, que decorre até terça-feira, tem como abordagem principal a problemática da ocupação ilegal de terrenos em Angola.
Sobre este tema, o governante angolano referiu que há vários registos, nos últimos tempos, de litígios decorrentes da ocupação ilegal de terrenos.
Exortou igualmente os membros do Ministério do Interior a absterem-se de quaisquer envolvimentos em atos dessa natureza, quer para benefício próprio, quer para a proteção de terceiros, "sob pena de serem severamente sancionados".
"A intervenção da polícia só deve ser feita nos termos da Lei. Ela deve ocorrer quando existam mandados judiciais ou quando solicitados por entidades administrativas competentes, após verificação da legalidade de tais solicitações e, em caso de dúvidas, recorrer sempre à entidade competente para a fiscalização da legalidade: o Ministério Público", frisou.