O dissidente cubano Guillermo Fariñas foi libertado sem quaisquer procedimentos, em Santa Clara, depois de ter estado detido dois dias numa esquadra, no seguimento de um incidente à entrada de um hospital.
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O dissidente cubano Guillermo Fariñas foi libertado sem quaisquer procedimentos, em Santa Clara, depois de ter estado detido dois dias numa esquadra, no seguimento de um incidente à entrada de um hospital, disse o próprio à EFE.
Em contacto telefónico com a agência EFE, Guillermo Fariñas afirmou que foi na terça-feira ao hospital Arnaldo Milián Castro para visitar o opositor Alcides Rivera, ali internado devido a problemas resultantes de uma greve de fome de mais de um mês.
Fariñas tentou entrar, exibindo o seu cartão de psicólogo, mas um grupo de vigilantes "em atitude hostil" disseram-lhe que não o deixavam passar.
"Exigi entrar, por ainda ser membro do sistema nacional de saúde, e quando tentei passar caíram-me literalmente em cima, partindo-me o guarda-chuva e o relógio, apesar da directora do hospital ter pedido para não me maltratarem", referiu, adiantando que chamaram a polícia, que o levou para a 5.ª esquadra em Santa Clara.
Psicólogo e jornalista, de 49 anos, Fariñas relatou que tem as costas e a cabeça doridas e que à saída da esquadra lhe disseram "que podia ir ao hospital e os seguranças que o agrediram tinham sido punidos administrativamente".
Fariñas disse ainda à EFE que ia processar os seguranças por terem violado as leis. "É preciso cumpri-las, como defendeu o presidente Raúl Castro", frisou.
O dissidente Fariñas, prémio Sakharov-2010, fez no ano passado uma greve de fome de mais de quatro meses, no seguimento da morte do opositor detido Orlando Zapata Tamayo, para reclamar a libertação dos presos políticos com mais problemas de saúde.
Elizardo Sánchez, porta-voz da ilegal mas tolerada Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional, divulgou um comunicado em que contabiliza pelo menos 268 detenções por motivos políticos, em Outubro.