Os advogados de Lula da Silva entregaram uma medida cautelar junto do Comité dos Direitos Humanos das Nações Unidas, em Genebra na Suíça.
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Os advogados de Lula prentendem que, sob pressão da ONU, o governo brasileiro impeça a prisão do ex-presidente do Brasil até que estejam esgotados todos os recursos jurídicos
"A decisão por uma estreita margem, tomada na quarta-feira, 4 de abril, pelo Supremo Tribunal Federal, demonstra a necessidade de um tribunal independente examinar se a presunção de inocência foi violada no caso de Lula, como também as alegações sobre as condutas tendenciosas do juiz Sérgio Moro e dos desembargadores contra o ex-presidente", diz a nota dos advogados de Lula, citada pelo jornal brasileiro "O Globo".
O pedido de Medida Cautelar foi apresentado pelos advogados do ex-presidente Lula, Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Zanin Martins, em conjunto com o advogado britânico Geoffrey Robertson QC, especialista em direitos humanos.
Lula da Silva passou a noite na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo, nos arredores de São Paulo, depois de conhecida a ordem de prisão decretada, quinta-feira, pelo juiz federal Sérgio Moro. Esta sexta-feira, numa conversa telefónica com o jornal Folha de São Paulo, o antigo chefe de Estado e ex-líder do Partido dos Trabalhadores afirmou que não vai para Curitiba entregar-se à Polícia Federal, como determinou o juiz Sérgio Moro.
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O antigo Presidente está também a aguardar o resultado de um novo pedido de "habeas corpus" [garantia que permite aguardar julgamento em liberdade] feito pela defesa, desta vez dirigido ao Superior Tribunal de Justiça.
A defesa de Lula da Silva tinha inicialmente apresentado um "habeas corpus" junto do Supremo Tribunal Federal (STF) que foi recusado na quarta-feira pela maioria dos 11 juízes do tribunal.
O antigo chefe de Estado brasileiro foi condenado a 12 anos e um mês de prisão, em regime fechado, no Tribunal Regional da 4.ª Região (TRF4, segunda instância) em janeiro.
A prisão do ex-chefe de Estado está relacionada com um dos processos da Operação Lava Jato, o maior escândalo de corrupção do Brasil. Lula foi condenado por ter recebido um apartamento de luxo como suborno da construtora OAS em troca de favorecer contratos com a petrolífera estatal Petrobras.
A execução provisória da pena não deverá impedir juridicamente a candidatura presidencial de Lula da Silva, à frente nas sondagens para as eleições de outubro.