A defesa do autor confesso dos atentados de Oslo pediu, esta sexta-feira, ao tribunal que ele seja absolvido ou então considerado imputável e enviado para a prisão pelos ataques que mataram 77 pessoas há um ano.
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Ao fim de duas horas e meia de apresentação das alegações finais da defesa, o principal advogado de Anders Behring Breivik, Geir Lippestad, pediu ao tribunal "o castigo mais brando".
Embora a absolvição seja uma impossibilidade, o advogado estava formalmente obrigado a pedi-la, uma vez que Breivik se declarou inocente, apesar de confessar a autoria dos ataques de 22 de julho de 2011.
Quando o juiz perguntou a Lippestad se, ao pedir "o castigo mais brando", queria pedir a absolvição, o advogado começou por responder "não", mas depois de o próprio Breivik afirmar que não havia alternativa, Lippestad respondeu: "É a absolvição. Está correto".
Nas alegações finais, o advogado de defesa procurou retratar Breivik como um militante político motivado por uma ideologia de extrema-direita e não um alucinado que matou 77 pessoas por matar.
"O dia 22 de julho foi um inferno de violência. Mas temos de ver como ele fez os ataques para perceber se a causa foi pura violência ou extremismo", disse Lippestad.
"Ele sabia que é errado matar, mas escolheu matar. É isso que os terroristas fazem. Os fins justificam os meios. Só percebemos isso se percebermos a cultura dos extremistas de direita", acrescentou.
Relatórios psiquiátricos pedidos pelo tribunal chegaram a conclusões opostas, com um primeiro a considerar Breivik esquizofrénico e um segundo a declará-lo criminalmente responsável.
Na quinta-feira, o Ministério Público norueguês pediu o internamento compulsivo de Breivik por considerar haver "uma dúvida real" sobre a sua imputabilidade. "É pior condenar um psicótico à prisão que um não psicótico a tratamento psiquiátrico", defendeu o procurador Svein Holden.
A 22 de julho de 2011, Anders Behring Breivik fez explodir dois engenhos junto ao edifício sede do governo, em Oslo, causando a morte a oito pessoas. Dali deslocou-se para a ilha de Utoya, a oeste da capital, onde disparou sobre um acampamento de jovens do Partido Trabalhista, matando 69 pessoas.
Segundo afirmou no julgamento, pretendia castigar o partido responsável pela "islamização" da Noruega, a qual considerou "uma ameaça" à sobrevivência da população norueguesa.