O destino dos submarinos nucleares britânicos estacionados na base de Faslane, perto de Glasgow, será uma prioridade entre os vários problemas a resolver pelo Governo britânico caso os escoceses votem a favor da independência.
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Se o resultado do referendo de quinta-feira for favorável à independência, a questão tornar-se-á urgente porque o Partido Nacionalista Escocês (SNP, na sigla inglesa) tem no seu programa o objetivo da "remoção de armas de destruição em massa o mais rápida e segura possível" do país.
O Ministério da Defesa britânico tem reiterado não ter estudada qualquer alternativa para aquela base, que é a única no território britânico com condições para alojar os quatro submarinos Vanguard, e fica convenientemente próxima da base de Coulport, onde estão armazenadas as ogivas nucleares.
De acordo com um relatório do Instituto Real dos Serviços Unidos (RUSI, na sigla inglesa), especializado em assuntos de defesa, a relocalização pode custar entre dois mil milhões a quatro mil milhões de libras (2,5 mil milhões a cinco mil milhões de euros).
Devido às dificuldades técnicas, o mesmo estudo estima ser "altamente improvável" a transferência antes de 2020, até porque nenhuma das bases navais possíveis (Portland, Falmouth e Davenport na Inglaterra e Milford Haven ou Burrow no País de Gales) está preparada.
O jornal "Sunday Express" noticiou no domingo existirem responsáveis militares britânicos e norte-americanos abertos à hipótese de os submarinos serem temporariamente alojados numa base nos EUA.
"Podíamos facilmente dirigir o Trident aos EUA durante 10 anos, e preparar o resto do Reino Unido para o que seja que se siga", disse o comodoro Andrew Lambert, da Associação Nacional de Defesa, citado por aquele jornal.
Outra alternativa seria chegar a um acordo com o Governo escocês para "alugar" a base naval até 2028, data da entrada em funcionamento dos novos submarinos Vanguard.
O relatório do RUSI afirma que, caso o "sim vença" na quinta-feira, a relação da Escócia com o Reino Unido, com a NATO [à qual as autoridades escocesas pretendem aderir] e o resto do mundo "dependerá da forma como lidar com as armas nucleares".