Um nono suspeito de envolvimento nos atentados de Paris foi detido e acusado na Bélgica, um dia depois do Conselho de Ministros belga ter decidido manter militares nas ruas até 20 de janeiro.
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Segundo o Ministério Público (MP) belga, citado pela agência France Presse, o suspeito esteve em contacto telefónico com a prima de Abdelhamid Abaaoud, o presumível "cérebro" dos ataques de 13 de novembro, que mataram 130 pessoas.
As autoridades registaram vários telefonemas entre o suspeito e Hasna Aitboulahcen "após os ataques terroristas e antes do cerco policial a Saint-Denis", onde a jovem e Abdelhamid Abaaoud morreram, informou um porta-voz do MP, Eric Van der Sypt.
O detido esta quinta-feira chama-se Abdullah C., nasceu em 1985 e tem nacionalidade belga, lê-se no comunicado do MP, que acrescentou que o detido está indiciado de "envolvimento em ataques terroristas e participação em atividades num grupo terrorista".
Abdullah C. foi esta manhã presente a um tribunal de 1.ª instância de Bruxelas, mas o seu caso foi adiado.
Segundo a agência noticiosa belga, além de Abdoullah C., também compareceu em tribunal Lazez Abraimi, um outro suspeito de envolvimento nos ataques, que provocaram a morte a 130 pessoas. Os advogados dos suspeitos pediram a sua libertação, podendo uma decisão ser tomada durante a tarde.
As anteriores detenções tinham sido feitas no início de dezembro, envolvendo Samir Z., um francês, nascido em 1995 e o belga Pierre N, nascido em 1987. Os dois eram moradores na comuna de Molenbeek, em Bruxelas.
Logo após os ataques, a justiça belga indiciou Mohammed Amri e Hamza Attou, suspeitos de serem próximos de Salah Abdeslam, um dos principais suspeitos ainda a monte.
Outro acusado, Ali Oulkadi terá conduzido Salah Abdeslam desde Paris até à capital belga, e no veículo de Lazez Abraimi, outro detido, foi encontrado sangue e duas armas.
A polícia deteve ainda Abdellah C, sobre quem não foram divulgados mais pormenores, e Mohamed Bakkali, inquilino de uma casa suspeita de ter servido de esconderijo e que está localizada numa pequena comuna da região belga de Namur, no sul do país.
Quanto ao dispositivo de segurança na Bélgica, por proposta do ministro do Interior, Jan Jambon, o conselho de ministros aprovou a manutenção, no máximo de 700 militares nas ruas até 20 de janeiro.
A decisão surgiu após um parecer do Comité Estratégico de Inteligência e Segurança e no âmbito do 3 nível de ameaça, de uma escala de quatro.
O Órgão de Coordenação de Análise de Ameaças irá realizar uma nova avaliação do nível de ameaça global para preparar o trabalho do Comité Estratégico de Inteligência e Segurança, lê-se no comunicado do conselho de ministros de quarta-feira.