O ex-vice-presidente norte-americano Dick Cheney defendeu este domingo os programas de vigilância da Agência Nacional de Segurança, ao considerar que estes sistemas poderiam ter evitado os atentados do 11 de setembro de 2001.
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"Se tivéssemos estes sistemas antes do 11 de setembro, quando existiam dois terroristas em San Diego [estado da Califórnia], se tivéssemos a oportunidade de usar o programa contra os seus objetivos, poderíamos ter evitado o 11 de setembro", afirmou o ex-vice-presidente da administração do republicano George W. Bush (2001-2009), numa entrevista divulgada pela estação de televisão norte-americana Fox.
No passado dia 7 de junho, os jornais "Washington Post" e "The Guardian" noticiaram que a Agência Nacional de Segurança (NSA) e a polícia federal norte-americana (FBI) tinham acesso aos servidores de nove gigantes da Internet, como Microsoft, Yahoo!, Google e Facebook.
O programa secreto, com o nome de código PRISM, está ativo desde 2007 e permite à NSA ligar-se aos servidores das empresas para consultar informações sobre os utilizadores.
Skype, AOL, YouTube, Apple e PalTalk participam também no sistema e a plataforma de alojamento de ficheiros Dropbox deveria ser acrescentada em breve.
O caso foi denunciado por Edward Snowden, um informático de 29 anos, atualmente refugiado em Hong Kong, China, que trabalhava numa empresa privada subcontratada pela NSA.
Ainda em declarações ao canal Fox, Cheney, de 72 anos, qualificou Snowden como "um traidor", que provocou "um enorme prejuízo" aos programas antiterroristas dos Estados Unidos, equacionando a hipótese de o informático ser um espião da China.
Quanto à atuação do atual Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, face a esta polémica, o republicano afirmou que o chefe de Estado norte-americano "não tem credibilidade" para defender os programas da NSA.
"Obviamente, não sou um fã do atual Presidente", disse Cheney, acrescentando que Obama "está enganado" quando afirma que a guerra contra o terrorismo está a terminar.
Em declarações aos jornalistas, o chefe de gabinete da Casa Branca, Denis McDonough, avançou que Barack Obama irá pronunciar-se nos próximos dias sobre esta polémica, sem adiantar mais pormenores.
Quando questionado se Obama considerava ter violado a privacidade de algum norte-americano através dos programas da NSA, McDonough respondeu que não.