Disparos esporádicos de artilharia e de armas ligeiras foram ouvidos, esta quinta-feira, junto à residência em Abidjan do presidente cessante da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo.
Corpo do artigo
Em Paris, perante uma comissão parlamentar, o ministro da Defesa francês, Gérard Longuet, disse que Gbagbo dispõe ainda de "menos de um milhar" de soldados em Abidjan, dos quais 200 estão com ele na sua residência.
Laurent Gbagbo continua a recusar-se a abandonar o poder, apesar de a maioria da comunidade internacional reconhecer o adversário, Alassane Ouattara, como o legítimo chefe de Estado.
Nos últimos dias tem havido violentos combates entre as forças de Gbagbo e as tropas de Ouattara, apoiadas por contingentes franceses e da ONU.
"Esta noite foi relativamente calma" no bairro onde se situa a residência de Gbagbo, disse um residente da zona à agência francesa France Presse (AFP). "Hoje de manhã ouviram-se algumas fortes detonações" e trocas de tiros "esporádicas", acrescentou a mesma testemunha.
O ministro da Defesa francês disse que a residência de Gbagbo fica "no bairro das embaixadas", e que há "várias posições tácticas que permitem a uns e a outros neutralizar obstáculos". Gérard Longuet também fez um inventário das forças militares que em Abidjan se opõem a Gbagbo.
"A ONUCI [missão das Nações Unidas na Costa do Marfim] tem cerca de 2250 homens em Abidjan, num efectivo total de 10.000 em todo o país. A França elevou os seus efectivos da operação Licorne para 1700, e os grupos tácticos do Presidente Ouattara [em Abidjan] representam cerca de 2000 homens", afirmou Longuet.
Também em Paris, o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Alain Juppé, declarou que a queda de Gbagbo é "inevitável". Mas escusou-se a precisar um prazo: "Não vou dizer que será nas próximas horas ou nos próximos dias, sou prudente".