E livrai-nos do coronavírus, amém. Há quem ponha garrafões na cabeça para se proteger
Apesar de não ser muito incomum ver pessoas na rua a usar pequenas máscaras faciais durante um surto - ainda que, em Portugal, não seja assim tão frequente - há quem recorra a medidas extremas para se proteger.
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Nas redes sociais, têm sido publicadas nos últimos dias imagens de cidadãos que levam ao extremo os conselhos de autoproteção. No aeroporto de Vancouver, no Canadá - país onde foram reportados dois casos de coronavírus - uma mulher de origem asiática foi fotografada com um garrafão plástico na cabeça, junto a outras pessoas que usam máscaras mais comuns.
A inusitada medida é adotada por vários cidadãos asiáticos, segundo fazem adivinhar as fotografias divulgadas por órgãos de comunicação de vários países. Em aeroportos e transportes públicos da China, há passageiros com garrafões e grandes sacos plásticos na cabeça aos pontapés. E, num voo de Shanghai (China) para Perth (Austrália), até um capacete de mota serve para proteção.
Cobrir a cabeça de plástico para prevenir a infeção pelo vírus não consta da lista de recomendações das autoridades sanitárias globais. Enquanto ainda não há vacina disponível para proteger as pessoas da infeção, as autoridades recomendam as seguintes medidas de prevenção: lavar as mãos com água e sabonete por pelo menos 20 segundos; evitar tocar nos olhos, boca e nariz com as mãos por lavar, evitar contacto próximo com pessoas que estão doentes.
O novo coronavírus já provocou, desde o final do ano, 132 mortos e mais de seis mil infetados, a maioria no território continental chinês, de acordo com as autoridades do país, de onde já 17 portugueses pediram para sair, segundo a Comissão Europeia. Também foram reportados casos de infeção em Macau, Hong Kong, Taiwan, Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Estados Unidos, Singapura, Vietname, Nepal, Malásia, Emirados Árabes Unidos, Austrália, Canadá e, na Europa, França, Alemanha e Finlândia.
Face à propagação do novo vírus à escala global, a Organização Mundial da Saúde (OMS) admitiu, na segunda-feira, que houve um "erro na redação" dos documentos anteriores sobre o risco de propagação da doença, elevando-o de "moderado" para "alto". Ainda assim, A OMS decidiu não declarar o surto do novo coronavírus como uma emergência de saúde pública de interesse internacional - designação usada raramente, apenas para situações mais graves que podem demandar ações globais coordenadas para conter a transmissão de uma doença.