Empresário japonês demite-se do cargo de CEO da Suntory após investigação sobre drogas
Um dos empresários mais conhecidos do Japão demitiu-se do cargo de CEO da gigante de bebidas Suntory depois de a polícia ter invadido a sua casa numa investigação sobre drogas ilegais, informaram a empresa e os meios de comunicação social na terça-feira.
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Takeshi Niinami, de 66 anos, foi colocado sob investigação policial por "suplementos que comprou acreditando que eram legais", disse o presidente da Suntory, Nobuhiro Torii, em conferência de imprensa.
A polícia fez buscas na casa de Niinami em agosto, mas este negou o envolvimento, e não foi encontrada qualquer droga ilegal, de acordo com a "Jiji Press" e outros meios de comunicação.
A empresa aceitou, na segunda-feira, o "pedido de demissão por motivos pessoais" de Niinami após discussões após o seu regresso ao Japão.
As autoridades vão determinar se os suplementos são ilegais. No entanto, o presidente afirmou que a Suntory concluiu que as ações de Niinami "inevitavelmente não correspondem às qualidades exigidas" a um CEO.
Citando investigadores não identificados, a emissora Nippon TV adiantou que Niinami era suspeito de importar dos Estados Unidos produtos com THC, um ingrediente ativo da canábis. Durante a busca, Niinami terá dito à polícia que "uma conhecida lhe enviou o produto sem que lhe tivesse sido pedido".
Niinami, que também desempenha as funções de responsável pelo lóbi empresarial do país, juntou-se à Suntory Holdings em 2014, após ter desempenhado as funções de CEO da cadeia de lojas de conveniência Lawson. A Suntory é conhecida pelo seu uísque mundialmente famoso e as marcas da empresa incluem o bourbon Jim Beam, o uísque Laphroaig e o conhaque Courvoisier.
A empresa adquiriu a fabricante americana de Jim Beam por 16 mil milhões de dólares, poucos meses antes da chegada de Niinami, tornando-se um dos maiores fabricantes de bebidas destiladas do Mundo.
Niinami é conhecido como um líder empresarial ativo. Criticou abertamente a antiga maior agência de "boys bands" do Japão após revelações sobre décadas de abusos sexuais cometidos pelo seu falecido fundador em 2023.
O Japão tem leis rigorosas sobre drogas e a posse pode resultar numa pena de prisão. Em 2024, o ex-CEO da empresa de equipamento ótico Olympus, de origem alemã, foi considerado culpado de uma acusação de tráfico de droga. Em 2017, um executivo alemão que trabalhava no escritório da Volkswagen em Tóquio foi detido por suspeita de consumo de drogas.