As empresas da China e da Rússia são as mais propensas a pagar subornos no estrangeiro, enquanto as holandesas e suíças são as que menos arriscarão esta possibilidade, segundo um relatório da organização não-governamental Transparência Internacional.
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As empresas dos dois "gigantes" emergentes, que investiram 85 mil milhões de euros no estrangeiro em 2010, surgem no topo de uma lista que integra 28 países exportadores, a nível internacional e regional (Índice de Pagadores de Suborno).
De acordo com um inquérito realizado junto de 3000 empresários de países desenvolvidos e em desenvolvimento, subornar as autoridades públicas quando se fazem negócios é uma ocorrência normal.
As empresas tentam corromper os funcionários públicos para ganhar concursos públicos, contornar a legislação e acelerar ou influenciar decisões governamentais.
No entanto, as empresas têm quase a mesma apetência por pagar subornos a outras empresas, o que indica que a corrupção não deve ser apenas uma preocupação do setor público, mas também do sector privado, implicando riscos financeiros e de reputação para as companhias envolvidas.
As economias da China e da Rússia desenvolveram-se rapidamente na última década e devem crescer 9,6 e 4,8 por cento, respectivamente, e posicionam-se nos primeiros lugares da tabela de países que pagam subornos.
No extremo oposto, encontram-se a Holanda e Suíça, logo seguidas da Bélgica e Alemanha (Portugal não foi analisado).
O Brasil encontra-se a meio da tabela, no 14.º lugar.
A Transparência Internacional analisou também os sectores mais permeáveis à corrupção.
Num conjunto de 19 sectores, a construção e obras públicas são a actividade mais susceptível ao pagamento de subornos.
"É um sector em que a falta de qualidade e a infracção às regras podem ter efeitos desastrosos na segurança pública", observa a ONG.
As indústrias do petróleo e do gás também são especialmente sensíveis à corrupção. A Transparência Internacional adianta que as empresas que operam na Nigéria já foram multadas em mais de 2,3 mil milhões de euros entre 2010 e 2011 por subornarem funcionários públicos.