Agente da PSP "Satanás" diz que deu roupa mas nunca droga a informadores
Mais dois polícias acusados pelo Ministério Público (MP) de procedimentos policiais abusivos negaram, ontem, ter cedido droga a toxicodependentes em troca de informações sobre traficantes que atuavam nos bairros mais conotados com o tráfico no Porto. Um deles assumiu, no entanto, que lhes fornecia bens de primeira necessidade.
Corpo do artigo
No arranque do julgamento, segunda-feira, o primeiro agente da PSP a ser ouvido pelo Tribunal do Porto havia refutado a troca de drogas por informações. Já ontem, o arguido Sérgio F., de 54 anos e que no meio policial é conhecido como "Satanás" ou "Pistoleiro", reiterou que não dava contrapartidas em estupefaciente - "Não era a minha forma de trabalhar, nunca adotei métodos ilícitos", afirmou -, mas assumiu que dava comida, roupas e outros bens a pessoas em situação de vulnerabilidade e que lhe prestavam informações.
Já Ricardo S., o outro arguido ouvido ontem pelo tribunal, garantiu que nada do que é alegado pelo MP corresponde à realidade "Nego todos os factos. Nada disto é verdade", afirmou o agente, de 39 anos.