Há empresas do Reino Unido que estão a manipular as avaliações do Google, pagando para obterem, de forma falaciosa, uma melhor classificação online.
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Como parte de uma investigação da plataforma de defesa do consumidor "Which?", citada pela BBC, um grupo de pessoas montou um esquema que não só lhes permitiu comprar avaliações de cinco estrelas como descobrir dezenas de empresas que faziam o mesmo através de vendedores de avaliações.
A "Which?" é uma plataforma do Reino Unido que promove a escolha informada do consumidor na compra de bens e serviços, aumentando a consciencialização sobre os direitos do consumidor e oferecendo aconselhamento independente.
Com o objetivo de apanhar empresários que compram avaliações falsas, a "Which?" fabricou uma suposta lista de empresas fantasma, pesquisou online por vendedores que anunciam avaliações pagas do Google e, de seguida, gastou 150 dólares (cerca de 126 euros) na compra de 20 avaliações cinco estrelas a uma empresa que fornece esse tipo de serviço, e que ainda deu a oportunidade aos consumidores de escolherem as críticas pretendidas. As avaliações foram publicadas uma semana depois.
No decorrer da investigação, a "Which?" encontrou vários perfis que pagavam para receberem avaliações falsas. Entre uma empresa de automóveis, uma de portões elétricos, outra de pavimentação e um dentista, constava ainda um corretor da bolsa em Londres que, tendo recebido várias críticas negativas em 2020, recebeu, meses depois, 30 avaliações de cinco estrelas. A investigação ligou ainda cerca de 45 empresas espalhadas pelo Reino Unido a pelo menos três perfis comuns suspeitos de fraude. E descobriu aquilo que apelidou de "uma coincidência improvável": 15 vendedores de avaliações avaliaram com cinco estrelas um médium londrino.
Google tenta combater fraude
Através deste esquema, o público é induzido em erro e as empresas honestas são prejudicadas, concluiu a "Which?".
Por seu turno, a Google garante que tem investido "significativamente" em tecnologia para resolver a problemática das avaliações falsas, que está desde o ano passado a ser investigada pela Autoridade da Concorrência e Mercados.
"Quando encontramos golpistas que tentam enganar as pessoas, agimos rapidamente, desde a remoção do conteúdo à suspensão da conta e até processos", respondeu a gigante tecnológica, citada pela BBC.