
O jornalista britânico Dom Phillips e o ativista Bruno Pereira estão desaparecidos há uma semana
Photo by Joao LAET / AFP
Dois corpos foram encontrados, esta segunda-feira, na Amazónia, onde estão desaparecidos, há uma semana, o jornalista britânico Dom Phillips e o ativista Bruno Pereira. A notícia está a ser avançada pelo "The Guardian".
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"O embaixador brasileiro no Reino Unido deu a notícia à família de Phillips, durante um telefonema na manhã desta segunda-feira", avança o diário inglês, citando Paul Sherwood, cunhado do jornalista.
"Ele não descreveu o local, disse apenas que era na floresta tropical e que eles estavam amarrados a uma árvore e ainda não foram identificados", revelou.
De referir que também Alessandra Sampaio, mulher de Dom Phillips, disse a um jornalista da TV Globo ter sido contacta pela Embaixada do Reino Unido no Brasil e pela Polícia Federal na manhã desta segunda-feira a informar sobre a descoberta. Os dois corpos foram encontrados no Vale do Javari, local remoto no estado do Amazonas.
As infomações não são confirmadas pela Polícia Federal brasileira, que disse apenas que, "conforme já foi divulgado, foram encontrados materiais biológicos que estão a ser examinados e os pertences pessoais dos desaparecidos".
Phillips, colaborador do "The Guardian", e Araújo estão desaparecidos desde domingo, 5 de junho, no Vale do Javari, onde realizavam uma investigação sobre ameaças de invasores e criminosos contra os indígenas.
No domingo, o Comité de Gestão de Crise, criado para coordenar as buscas e chefiado pela Polícia Federal, informou que o Corpo de Bombeiros tinha encontrado uma mochila com um computador e outros itens pessoais dos desaparecidos.
Segundo a comissão, composta também pelas Polícias Civil e Militar, Corpo de Bombeiros do Estado do Amazonas, Secretaria Regional de Segurança Pública, Exército e Marinha, além da mochila - que pertenceria a Phillips e que também continha livros e algumas roupas - foi encontrado um cartão de saúde em nome de Araújo e outros pertences do indigenista.
A mochila, que está sob investigação policial, foi amarrada a uma árvore, às margens do rio, cujo nível subiu nos últimos dias devido às chuvas, num local próximo da casa de Amarildo da Costa de Oliveira, mais conhecido como "Pelado".
Até agora, "Pelado" é o único suspeito nos desaparecimentos e foi preso na sexta-feira depois de as autoridades encontrarem vestígios de sangue num dos seus barcos. O suspeito foi visto no dia dos desaparecimentos atrás do barco em que viajavam o jornalista e o ativista.
