
O presidente russo Vladimir Putin (à direita) e o conselheiro presidencial Yury Ushakov (à esquerda) reuniram-se com o enviado presidencial norte-americano Steve Witkoff (ao centro)
Foto: Alexander Kazakov / EPA / Spunitk / Pool
O Kremlin afirmou, na terça-feira, que "ainda não foi alcançado qualquer acordo" sobre a questão crucial dos territórios ocupados na Ucrânia, após horas de negociações entre o presidente da Rússia, Vladimir Putin, com o enviado dos Estados Unidos, Steve Witkoff, e o genro do presidente norte-americano Donald Trump, Jared Kushner.
O encontro com Putin, precedido por dias de intensa diplomacia da Florida a Genebra e Abu Dhabi, inseriu-se numa iniciativa de Washington para avançar com um plano para pôr fim à guerra, inicialmente considerado pela Europa e pela Ucrânia como muito favorável a Moscovo.
"Até agora, não encontrámos um acordo, mas algumas soluções americanas podem ser discutidas", disse Yuri Ushakov, principal conselheiro do Kremlin, em resposta à pergunta de um jornalista sobre os territórios ucranianos ocupados. "Algumas formulações propostas não nos agradam, e o trabalho vai continuar", acrescentou.
O principal conselheiro diplomático de Putin disse que o plano inicial dos EUA foi dividido em quatro partes, que foram discutidas durante a reunião de cinco horas no Kremlin. "Houve alguns pontos em que concordámos", disse Ushakov, mas "o presidente não escondeu a posição crítica, até mesmo negativa, em relação a várias propostas".
Ainda assim, Ushakov afirmou que "a conversa foi muito útil e construtiva", embora "ainda haja muito trabalho pela frente, tanto em Washington como em Moscovo".
Questionado se as posições dos dois lados se distanciaram mais após a reunião, Ushakov respondeu: "Certamente que não". De acordo com o responsável russo, ambos os lados concordaram também em não revelar a essência das negociações.
