
Enviado dos EUA esteve com o presidente da Rússia
Foto: Alexander Kazakov / AFP
Putin advertiu o Ocidente que enfrentaria uma derrota rápida em caso de guerra e que a Rússia está preparada.
O aviso chegou esta segunda-feira, minutos antes da reunião com o emissário norte-americano Steve Witkoff e o genro do presidente dos EUA, Jared Kushner. "Não temos a intenção de fazer guerra à Europa, mas se a Europa o desejar e começar, estamos prontos imediatamente", afirmou Vladimir Putin aos jornalistas, citado pela AFP. O presidente russo acusou ainda a Europa de estar "do lado da guerra".
Sobre o projeto de paz apresentado pelos EUA, considerado favorável a Moscovo e alterado substancialmente após reuniões de Washington com ucranianos e europeus, o presidente russo disse que "todas as mudanças têm apenas um objetivo: bloquear completamente todo o processo de paz, fazendo exigências que são absolutamente inaceitáveis para a Rússia", cita a agência Reuters.
Quatro anos depois de dar a ordem para a invasão da Ucrânia, Putin garante estar pronto para negociar a paz. No entanto, deixa claro que se a Ucrânia recusar um acordo, o exército russo vai avançar ainda mais. Uma fonte russa realçou à Reuters que as tentativas de Trump de negociar a paz representam a melhor oportunidade para pôr fim à guerra desde que as negociações com Kiev fracassaram, pouco depois da invasão em 2022.
Ameaças a navios
Putin também acusou a Ucrânia de pirataria por atacar navios mercantes russos no mar Negro e ameaçou "tomar medidas de retaliação contra os navios daqueles países que estão a ajudar a Ucrânia". O presidente russo ameaçou deixar Kiev sem acesso ao mar Negro se não cessarem os ataques contra os navios russos. As forças de Moscovo alargarão o alcance dos ataques contra "as instalações portuárias e os navios que atraquem nos portos ucranianos", avisou.
As autoridades dos EUA estimam que o número de vítimas da guerra seja superior a 1,2 milhões de mortos ou feridos. Nem a Ucrânia nem a Rússia divulgam as suas perdas.

